Irã aprofunda quebra de acordo nuclear ao instalar novas centrífugas mais eficientes, diz mídia

© AFP 2023 / Presidência do Irã Presidente do Irã, Hassan Rouhani, durante reunião do gabinete em Teerã, 3 de maio de 2020
Presidente do Irã, Hassan Rouhani, durante reunião do gabinete em Teerã, 3 de maio de 2020 - Sputnik Brasil, 1920, 03.02.2021
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Apesar de negar qualquer intenção de produzir armas nucleares, o Irã vem quebrando progressivamente o acordo nuclear em suas usinas subterrâneas ao enriquecer urânio com maior número de centrífugas.

Desde de 2015 o Irã vem descumprindo as diretrizes do acordo nuclear, e a partir de 2018, quando os EUA saíram do pacto, essas violações ganharam maior impulso, com o país introduzindo máquinas mais poderosas e eficazes para enriquecer urânio, segundo relata a Reuters.

O acordo diz que Teerã só pode refinar urânio com centrífugas IR-1 de primeira geração no complexo nuclear de Natanz, mas no ano passado, o país começou a enriquecer com uma cascata de máquinas IR-2m, muito mais eficientes, e em dezembro afirmou que instalaria mais três cascatas.

Em um relatório obtido pela Reuters na terça-feira (2), a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que o país concluiu a instalação de uma dessas três cascatas, contendo 174 centrífugas IR-2m, e em 30 de janeiro começou a alimentar a cascata com UF6 (hexafluoreto de urânio).

Além disso, investimentos também acontecem em Fordow, uma planta de instalação subterrânea que não faz parte do complexo nuclear em Natanz. Na segunda-feira (1º), a AIEA confirmou que duas cascatas de centrífugas IR-6 foram instaladas para serem usadas em conjunto com as 1.044 centrífugas IR-1 que já enriquecem urânio em seis cascatas no local. O relatório não confirmou se as centrífugas já entraram em operação.

© AP Photo / Canal estatal iraniano IRIBCanal estatal iraniano IRIB mostra três versões das centrífugas iranianas produzidas internamente, filmadas nas instalações de Natanz
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Canal estatal iraniano IRIB mostra três versões das centrífugas iranianas produzidas internamente, filmadas nas instalações de Natanz

Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, disse a repórteres que as últimas ações do Irã aumentaram a "urgência" dos EUA para abordar o programa atômico iraniano.

"Isso reforçou nossa crença de que este é um desafio que devemos enfrentar imediatamente", disse o porta-voz citado pela mídia.

Segundo o porta-voz, ele está se referindo à ampla questão de garantir que o Irã não possa desenvolver armas nucleares.

Na segunda-feira (1º), o novo secretário de Estados dos EUA, Antony Blinken, em entrevista à NBC News, afirmou que Teerã tem a chance de ter armas nucleares em breve, pois poderá ter material nuclear o suficiente para tal em semanas.

Na terça-feira (2), o ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, disse que não descarta a possibilidade de tomar medidas contra o projeto nuclear do Irã caso necessário.

O Irã nega qualquer intenção de produzir armas nucleares. O acordo estabelece um limite de 3,67% de pureza de enriquecimento, adequado para a produção de energia nuclear civil e bem abaixo dos 90% que são adequados para armas.

Porém, para retornar ao Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), o Irã afirma que o primeiro passo tem que acontecer em conjunto aos Estados Unidos e que a União Europeia deveria mediar esse regresso, conforme declarou o ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, na terça-feira (2) em entrevista à CNN.

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