Em resposta à declaração de Borrell, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia argumentou que a decisão de impor novas sanções contra Moscou por causa da situação de Navalny é "decepcionante". A chancelaria russa considerou que a adoção de sanções é ilegal.
"Consideramos categoricamente inaceitáveis as demandas constantemente ilegais e absurdas de 'libertação' de um cidadão da Federação da Rússia que foi condenado por crimes econômicos por um tribunal russo no território de nosso país de acordo com a lei russa", diz a nota da pasta.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, na prática internacional, tais demandas são chamadas de "interferência nos assuntos internos de um Estado soberano".
A declaração ocorreu após um anúncio anterior do chefe de segurança e política externa da UE, Josep Borrell, de que o bloco havia concordado em ampliar as sanções contra Moscou por causa da situação do opositor Aleksei Navalny.
"Em resposta aos eventos em torno da situação de Navalny, chegamos a um acordo político para impor medidas restritivas contra os responsáveis por sua prisão, condenação e perseguição", disse Borrell durante uma entrevista coletiva após reunião com ministros das Relações Exteriores da UE.
O opositor russo Aleksei Navalny foi preso em 17 de janeiro, em Moscou, após desembarcar em seu retorno da Alemanha. Ele foi acusado de violar condições de pena suspensa de prisão. Aliados do opositor convocaram ações não autorizadas em apoio a Navalny depois que o ativista foi colocado sob custódia de 30 dias.
Em 2 de fevereiro, a Justiça da Rússia substituiu a pena suspensa de três anos e meio de prisão por uma pena efetiva. Alguns países como EUA, Alemanha, França e Reino Unido, reagiram à decisão e fizeram um apelo para que o governo russo libertasse Navalny.