Uma pesquisa divulgada ontem (22) pela Confederação Nacional do Transporte e o Instituto MDA mostrou uma significativa queda de popularidade do presidente Jair Bolsonaro e de seu governo.
Segundo o levantamento, em apenas quatro meses, o índice de aprovação pessoal do chefe de Estado caiu de 52% (outubro de 2020), para 43,5% (fevereiro de 2021), enquanto a aprovação da sua administração caiu de 41,2% para 32,9% no mesmo período. Mas quais seriam as possíveis causas dessa queda de popularidade e como ela pode impactar nas diretrizes do governo?
PESQUISA CNT/MDA: 54,3% dos entrevistados aprovam a atuação do governo federal no combate à pandemia
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) February 22, 2021
Confira outras estatísticas levantadas pela pesquisa:https://t.co/8RyHTc7LfC
De acordo com o cientista político Alberto Carlos Almeida, diretor do instituto de pesquisas BRASILIS, a recente pesquisa CNT sobre a avaliação do governo Bolsonaro mostra uma tendência observada também em outros levantamentos. Apesar das quedas, esses números de aprovação, acima dos 30%, não são necessariamente ruins, conforme explica o especialista.
"Quando lembramos a reeleição de Dilma Rousseff [2014], vamos ver que ela venceu — apertado, mas venceu, em sua reeleição — quando tinha 36% de ótimo e bom. Alguém pode pensar: 'Bom, mas se fosse agora, com menos de 36%, Bolsonaro perderia.' Sim, seria uma eleição difícil. Eu não sei se perderia porque na recente eleição para prefeito, em 2020, muitos prefeitos foram reeleitos com avaliações ruins, coisa que não aconteceu em 2016, tampouco em 2012, nas eleições municipais", disse à Sputnik Brasil.
Agenda 2022:
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) February 3, 2021
Após os resultados nas eleições do legislativo, o Centrão se revelou satisfeito, e o governo comemorou.
Porém, para cientista político ouvido pela Sputnik Brasil, falta de consenso entre os grupos pode vir a ser um choque de realidade. https://t.co/Kkt9PbtK6h
Os números das últimas eleições mostram, segundo Almeida, que "o eleitorado baixou um pouco o sarrafo", o nível de exigência com os prefeitos, provavelmente, por conta do nível de crise que o país está enfrentando.
"Não sabemos se vai fazer o mesmo em relação ao presidente da República. Pode ser que sim, pode ser que não."
Ao longo dos últimos meses, o governo federal fez alguns ajustes em relação a alguns assuntos de grande importância para a população, sendo o mais evidente deles a decisão de abraçar, de maneira mais efetiva, os esforços de vacinação contra a COVID-19.
Por outro lado, a retirada do auxílio emergencial tem sido apontada como principal fator para as quedas na aprovação do presidente e de seu governo.
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (10) que não há dinheiro no "cofre" para o retorno do auxílio emergencial, que representará "endividamento" para o governo https://t.co/CyrejAXxwm
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) February 10, 2021
"Essa pesquisa converge com as outras empresas de pesquisa, aponta o mesmo número. E as pessoas já perceberam que não há mais auxílio emergencial. Então, nesse aspecto, é algo que é uma boa notícia do ponto de vista de Bolsonaro. Basicamente, a pesquisa está dizendo — vamos ver se isso será confirmado por pesquisas que sairão mais adiante —, basicamente, a pesquisa está afirmando que, depois da retirada completa e da percepção, já sedimentada, junto ao eleitorado, de que acabou o auxílio emergencial pelo menos em sua primeira versão, em sua primeira rodada, a avaliação parou de cair. Então, é por isso que se trata, do ponto de vista de Bolsonaro, de uma boa notícia."