Sinais de rádio captados em 'galáxia distante' podem mudar teoria dos buracos negros

© Foto / YU Jingchuan / Beijing PlanetariumFigura LB-1: Acreção do gás dentro de um buraco negro estelar a partir de sua estrela companheira azul, através de uma acreção truncada no disco (representação artística)
Figura LB-1: Acreção do gás dentro de um buraco negro estelar a partir de sua estrela companheira azul,  através de uma acreção truncada no disco (representação artística) - Sputnik Brasil, 1920, 24.02.2021
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A descoberta dos sinais de rádio depois de um longo período poderia mudar a maneira como os cientistas entendem os buracos negros e, em especial, a forma como estes consomem as estrelas.

Os cientistas acreditam que os buracos negros sejam formados quando estrelas massivas sofrem um colapso no final de seus ciclos de vida.

Uma equipe de cientistas da Universidade Hebraica de Jerusalém e da Universidade de Tel Aviv afirmou em uma pesquisa publicada nesta segunda-feira (22) ter interceptado sinais de rádio de uma "galáxia distante", que poderiam mudar a teoria sobre o comportamento dos buracos negros.

De acordo com os cientistas, em 2015 foi observada uma radiação óptica de uma estrela que colapsou em uma galáxia a 700 milhões de anos-luz de distância, fazendo com que os astrônomos procurassem por sinais de rádio que pudessem surgir logo após.

Após o colapso estelar dentro de um buraco negro, acredita-se que a maioria dos materiais é sujeita à gravidade, enquanto outras partículas são forçadas a sair, causando ondas de choque que criam sinais de rádio.

Estes sinais podem ser interceptados por um curto período, mas, aparentemente, os cientistas israelenses captaram-nos após quatro anos de silêncio.

"Nós vimos a radiação óptica depois que a estrela foi destruída e não houve quaisquer sinais de rádio por meses", afirmou Assaf Horesh, líder do novo estudo, citado pelo jornal Times of Israel.

"[...] Pensávamos que esta seria a última oportunidade. De repente, seis meses depois, houve um sinal de rádio, que se desvaneceu por um ano. Então, quatro anos depois da observação inicial, descobrimos que, mais uma vez, havia um sinal muito forte", explicou.

A descoberta dos sinais de rádio depois de um longo período poderia mudar a maneira como os cientistas compreendem o comportamento dos buracos negros e, particularmente, como eles destroem as estrelas e consomem seus materiais.

De acordo com Horesh, o período aproximado em que isto ocorre é mais prolongado e "caótico" do que os cientistas acreditavam.

"Parece ser um processo físico, o qual ainda não entendemos, e que causa um grande desfasamento temporal entre a destruição da estrela e a acumulação de seu material pelo buraco negro", ressaltou.

Agora, a equipe de cientistas vai expandir a pesquisa para identificar as interceptações de rádio a partir de outras galáxias.

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