Desde de 2019, uma notável parceria entre as Forças Armadas dos EUA e do Japão vem acontecendo. Além do crescente número de exercícios conjuntos, progressivamente, Tóquio se apresenta como defensor dos EUA, protegendo aeronaves norte-americanas durante atividades militares no oceano Pacífico, de acordo com relatório da CNN.
Em 2020, as Forças de Autodefesa do Japão (SDF, na sigla em inglês) anunciaram a realização de 25 missões conjuntas entre os dois países, contra 14 realizadas em 2019. Em quatro casos das 25 missões, a intenção foi proteger navios da Marinha dos EUA enquanto coletavam informações sobre mísseis balísticos ou efetuavam outras atividades de vigilância.
Em 21 casos, as missões envolveram a proteção de aeronaves norte-americanas que estavam em treinamento conjunto com suas contrapartes japonesas. O Japão não informou quando as missões aconteceram, apenas que "contribuíram para a defesa do Japão", segundo a mídia.
Analistas de defesa afirmam que se uma potência hostil ameaçar as Forças Armadas dos EUA em qualquer uma de suas missões de proteção de ativos, as Forças japonesas podem contra-atacar.
"Se os ativos norte-americanos fossem repentinamente atacados, a SDF deveria contra-atacar para evitar ataques posteriores a navios ou aviões norte-americanos", disse Corey Wallace, professor assistente da Universidade de Kanagawa, no Japão, citado pela mídia.
Para o especialista em segurança japonês Narushige Michishita, o anúncio da SDF indica a importância elevada das relações de segurança entre os dois países em um momento de crescentes ameaças na região, e envia uma mensagem importante adversários em potencial.
"A questão é que duas forças estão agora operando regularmente muito próximas, e serão capazes de fazer o mesmo em tempo de guerra ou sob condições estressantes. A capacidade de fazer isso certamente aumentará a dissuasão de possíveis ações agressivas contra o Japão e a Coreia do Sul, e até mesmo Taiwan", disse Michishita citado pela mídia.
Outro motivo para a solidez da parceria seria o surgimento de ameaças contra o Japão, incluindo o programa de mísseis balísticos da Coreia do Norte e as tensões em curso com a China nas ilhas Senkaku e Diaoyu, segundo a mídia.