A declaração de Lavrov faz parte de uma entrevista publicada pela revista Russkaya Mysl nesta quinta-feira (4), em que, entre outros assuntos, o chanceler russo comenta o atual estágio das relações entre Moscou e Bruxelas.
"Infelizmente, é difícil qualificar a atual política da UE para nosso país como amigável. A UE destruiu deliberadamente quase toda a infraestrutura de nossas relações e continua impondo sanções ilegítimas de forma unilateral", disse Lavrov.
No início desta semana, a UE impôs sanções contra o procurador-geral da Rússia, Igor Krasnov, o chefe do Comitê Investigativo da Rússia, Aleksandr Bastrykin, o chefe do Serviço Penitenciário Federal russo, Aleksandr Kalashnikov, e o chefe da Guarda Nacional da Rússia, Viktor Zolotov.
Rússia está aberta para o diálogo e a cooperação com a União Europeia
O chanceler russo Sergei Lavrov também aponta na entrevista à Russkaya Mysl que o bloco europeu insiste que a melhoria das relações com a Rússia só é possível após a plena implementação dos acordos de Minsk sobre a crise da Ucrânia, o que, segundo ele, Kiev explicitamente tenta obstruir.
O ministro ainda criticou as campanhas midiáticas da UE que acusam Moscou, sem fundamentos, de disseminar "desinformação". Segundo Lavrov, a UE rejeita as ofertas de Moscou de iniciar um diálogo profissional.
"Tudo se reduziu a uma interferência aberta em nossos assuntos internos. Enquanto isso, a Rússia e a UE são vizinhos. Estou convencido de que o desenvolvimento pacífico, estável e seguro do continente euroasiático serve aos nossos interesses comuns. Teríamos o maior prazer em estabelecer uma cooperação construtiva com a UE que se basearia no respeito mútuo e na consideração dos interesses de cada um. Quando e se Bruxelas estiver pronta", continuou Lavrov.
O ministro ressaltou que há uma grande demanda por cooperação entre Rússia e UE nas áreas da saúde, ciências e energia, além da resposta às mudanças climáticas, da luta contra o terrorismo internacional, o tráfico de drogas e os crimes cibernéticos.