Segundo ele, as "atividades sujas" da China tornaram o país um anfitrião "inapropriado" para as Olimpíadas. As declarações foram feitas em entrevista para uma rádio, para o programa do radialista norte-americano Hugh Hewitt.
"Espero que nossos atletas tenham a chance de participar das Olimpíadas. Eles merecem muito isso. Mas, no final, não podemos permitir que atletas norte-americanos viajem a Pequim e recompensem o Partido Comunista Chinês enquanto eles [estão] fazendo todas as atividades sujas em que estão envolvidos", disse Pompeo, sem especificar a que se referia.
Pompeo, um crítico da China enquanto era secretário de Estado, disse que o governo Trump tentou nos últimos meses convencer o Comitê Olímpico Internacional a suspender os Jogos de Inverno em Pequim.
Vários republicanos, incluindo o ex-embaixador da ONU Nikki Haley – que, assim como Pompeo, é considerado um possível candidato à presidência em 2024 – pediram o boicote.
"As Olimpíadas são uma expressão de liberdade e talento atlético. E realizá-las em Pequim é completamente inapropriado", disse o ex-secretário de Estado.
Acredita-se que Pompeo se referiu ao suposto encarceramento em massa de muçulmanos uigures em Pequim. Em seu último dia de mandato no governo Trump, Pompeo classificou o ato como genocídio.
O sucessor de Pompeo, Antony Blinken, concordou com esta classificação. Porém, nem a administração do presidente Joe Biden nem a equipe de Trump (enquanto ocupava a Casa Branca) se pronunciaram publicamente sobre o boicote às Olimpíadas, que estão marcadas para começar em 4 de fevereiro.
A China condena a acusação e os pedidos de boicote, além de negar o genocídio.
Os Estados Unidos lideraram um boicote às Olimpíadas de Moscou de 1980 devido ao envolvimento soviético no Afeganistão. Quatro anos depois, o bloco soviético boicotou os Jogos Olímpicos de Los Angeles.