Parlamentares do centrão discutem dificultar pautas do governo na Câmara após o presidente Jair Bolsonaro ter ignorado as sugestões do bloco para o comando do Ministério da Saúde. As informações são da Folha de São Paulo.
A publicação sustenta que deputados da base aliada, como do PP e do PL, defenderam a necessidade de dar um recado público ao presidente da República. A indicação de Queiroga teve o apoio do senador Flávio Bolsonaro.
Vale lembrar que o uma das primeiras escolhas do centrão para o ministério foi o deputado federal Luiz Antonio Teixeira (PP), conhecido como Dr. Luizinho. A indicação foi refutada pois Bolsonaro queria um nome técnico.
Em seguida, foi apresentado o nome da cardiologista Ludhmila Hajjar, que contou com a chancela pública do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Em meio aos ataques nas redes sociais, Bolsonaro e Ludhmila não se entenderam.
Após recusar Ministério da Saúde, a médica Ludhmila Hajjar disse que recebeu ameaças e que invasores tentaram entrar no hotel em que estava hospedada.https://t.co/W9AmMZH4MG
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) March 15, 2021
Com a recusa, deputados do centrão ainda tentaram indicar outro nome, mas Bolsonaro se antecipou e escolheu Queiroga, indicado pelo seu filho mais velho. Segundo assessores palacianos, o novo ministro é amigo da família da esposa do senador.
A avaliação de dirigentes do centrão é que, diante da necessidade de aprovação das reformas administrativa e tributária, era o momento de Bolsonaro acenar à base aliada, e não fazer uma escolha de caráter pessoal.
Em reuniões na terça-feira (16), integrantes da base aliada lembraram que até mesmo em votações impopulares, como a possibilidade de congelamento do reajuste de servidores públicos, as legendas do centrão acabaram aceitando votar com o governo.
A escolha de Queiroga gerou frustração entre aliados de Lira, para os quais Bolsonaro não reconheceu o apoio que o deputado federal tem dado à sua gestão.