Nesta terça-feira (17), o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, criticou o primeiro-ministro do Reino Unido por sua "hipocrisia", já que ao mesmo tempo que censura o país persa sobre seu programa nuclear, anuncia planos para aumentar o estoque britânico de armas nucleares.
Zarif postou um comentário sobre o assunto em seu Twitter desaprovando a postura do primeiro-ministro, Boris Johnson.
In utter hypocrisy, @BorisJohnson is “concerned about Iran developing a viable nuclear weapon”. On the very same day he announces his country will increase its stockpile of nukes.
— Javad Zarif (@JZarif) March 16, 2021
Unlike the UK and allies, Iran believes nukes and all WMDs are barbaric & must be eradicated.
Em total hipocrisia, Boris Johnson está "preocupado que o Irã desenvolva uma arma nuclear viável". No mesmo dia, ele anuncia que seu país aumentará seu estoque de armas nucleares. Ao contrário do Reino Unido e de seus aliados, o Irã acredita que as armas nucleares e todas as armas de destruição em massa são bárbaras e devem ser erradicadas.
Os comentários do ministro iraniano acontecem após divulgação do novo plano de política externa e de defesa pós-Brexit anunciado pelo Reino Unido na terça-feira (16). No documento, o governo britânico declara que vai aumentar seu arsenal nuclear de 180 ogivas estocadas para 260, um aumento de cerca de 45%, dando fim ao desarmamento progressivo implementado há 30 anos.
No relatório de 100 páginas, Londres também apontou a Rússia como "a ameaça direta mais aguda contra o Reino Unido" e demonstrou a intensão de concentrar esforços geopolíticos na região Indo-Pacífica. A China foi descrita como um "competidor sistêmico".
"A Rússia é a ameaça direta mais aguda à nossa segurança. Até que as relações com o governo russo melhorem, vamos deter e nos defender ativamente contra todo o espectro de ameaças provenientes de Moscou [...]", diz o documento.
O novo plano é a maior revisão estratégica feita pelo país desde o fim da Guerra Fria, e definiu os próximos passos do Reino Unido em relação à política externa e defesa britânica para os próximos 30 anos.