A República Islâmica tem acelerado suas atividades nucleares com o objetivo de pressionar a administração Biden nos EUA, uma vez que os dois países teimam sobre quem deve dar o primeiro passo para possíveis negociações sobre o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), o acordo nuclear de 2015, informa a agência Reuters.
Conforme este acordo, as únicas centrífugas que podem ser usadas na fábrica de enriquecimento de Natanz são as de modelo IR-1 mais antigas, que têm apenas ¼ da eficiência das novas IR-4.
Entretanto, Teerã optou por mudar as centrífugas avançadas para o subsolo no ano passado após um aparente incidente de sabotagem ter destruído uma área de centrífugas acima do solo em julho de 2020.
A instalação subterrânea é consideravelmente mais segura do que as instalações acima do solo, bem como mais capaz de resistir a ataques aéreos - algo que Israel tem repetidamente ameaçado fazer e que o próprio ex-presidente Trump considerou como opção.
Em 15 de março deste ano, a AIEA informou que a República Islâmica planeja instalar centrífugas IR-4 na Fábrica de Enriquecimento de Combustível (FEP, na sigla em inglês) subterrânea, segundo a mídia.
Estes acontecimentos continuam contribuindo para a escalada de tensões entre o Irã e os EUA, desde o abandono unilateral do acordo pelos Estados Unidos em 2018 e posterior imposição de sanções a Teerã. Com a chegada de Joe Biden à presidência, os signatários do acordo esperariam que tudo pudesse voltar ao normal.
Porém, enquanto o presidente democrata afirma que só avançará para possíveis negociações quando o Irã der o primeiro passo, Teerã contrapõe dizendo que os EUA é que deveriam voltar primeiro ao acordo inicial de 2015, uma vez que o abandonaram unilateralmente.