A Troika estendida, formada por Rússia, EUA, China e Paquistão, pediu nesta quinta-feira (18) ao governo afegão e ao Alto Conselho para a Reconciliação Nacional que se engajem em negociações com o Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) sobre um acordo para o conflito.
"Conforme declarado na Resolução 2513 do CSNU [Conselho de Segurança da ONU], não apoiamos a restauração do Emirado Islâmico e todos nós, do Governo da República Islâmica e do Alto Conselho para a Reconciliação Nacional, devemos nos engajar abertamente com os homólogos Talibã em relação a um acordo negociado", afirmou a troika estendida em comunicado após as negociações internacionais sobre o acordo de paz no Afeganistão, que ocorreram em Moscou.
A Troika estendida apelou ainda "a todas as partes em conflito no Afeganistão para que reduzam o nível de violência" a fim de "evitar mais baixas e criar um ambiente propício para chegar a um acordo político negociado".
De acordo com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, a delegação afegã presente em Moscou afirmou que o governo está pronto para estabelecer a paz no país. Todavia, não há ainda acordo para conversas diretas entre membros do governo afegão e negociadores do Talibã, afirmou o conselheiro presidencial afegão, Nader Nadery.
As negociações visando a paz no Afeganistão vinham sendo realizadas em Doha, no Catar, desde setembro, mas até agora não conseguiram reduzir a violência no país.
O governo afegão esteve representado por uma delegação de 16 membros, liderada pelo presidente do Alto Conselho para a Reconciliação Nacional, Abdullah Abdullah. A equipe do Talibã foi chefiada pelo negociador-chefe da organização, Mullah Baradar Akhund.