Após as trocas realizadas no ministério, Mourão disse nesta quarta-feira (31) que não há chance de "ruptura institucional". Segundo o vice-presidente, "as Forças Armadas vão se pautar pela legalidade, sempre", não importa quem sejam os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.
Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, Bolsonaro "saiu do sério" com esta declaração. Uma fonte em Brasília disse a Jardim que Bolsonaro deveria, inclusive, agradecer a Mourão.
"O Mourão fala muito, mas é leal. Não fez um movimento desleal. Se quisesse se movimentar contra o Bolsonaro, ia ser muito ruim para o presidente", publicou o colunista nesta quinta-feira (1º), citando uma fonte em Brasília.
Não é a primeira vez que Bolsonaro e Mourão se desentendem. Em 27 de janeiro, o vice-presidente sinalizou que alguns ministérios poderiam sofrer troca nos comandos, dando ênfase à situação do agora ex-ministro Ernesto Araújo: "Talvez alguns ministros sejam trocados, entre eles o das Relações Exteriores".
No dia seguinte, Bolsonaro saiu em defesa de seu chanceler, dizendo que o ministro "faz as relações públicas com o mundo todo".
A troca no comando das Relações Exteriores – e também em outras cinco pastas – acabou sendo efetivada nesta semana. O embaixador Carlos Alberto Franco França, diplomata de carreira que estava na assessoria especial da presidência, é o novo chanceler brasileiro.