Criaturas marinhas de 450 milhões de anos teriam respirado com ajuda de pernas, diz estudo (FOTO)

© AP Photo / Mary AltafferFósseis de trilobitas na exposição do Museu Americano de História Natural, Nova York
Fósseis de trilobitas na exposição do Museu Americano de História Natural, Nova York - Sputnik Brasil, 1920, 01.04.2021
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Novo estudo descobriu a primeira evidência de sofisticados órgãos respiratórios em trilobitas, criaturas marinhas de 450 milhões de anos, que, pelo visto, respiraram com pernas, com ajuda de estruturas semelhantes a brânquias penduradas em suas coxas.

Trilobitas foi um grupo de animais marinhos com cabeças em forma da meia-lua, que recordava os límulos, e foram excessivamente bem-sucedidos em termos de evolução, de acordo com o portal científico Phys.org. Embora agora sejam extintos, eles sobreviveram por mais de 250 milhões de anos, ou seja, mais tempo do que os dinossauros.

Graças às novas tecnologias e extremamente rara coleção de fósseis, os cientistas da Universidade da Califórnia, Riverside (UCR) nos EUA podem demonstrar, pela primeira vez na história, através do estudo destes animais, que trilobitas respiraram oxigênio e explicar como o fizeram exatamente. Publicado na revista Science Advances, o estudo ajuda a montar um quebra-cabeça sobre a evolução animal precoce.

Os autores da pesquisa contaram que as amostras de fósseis foram preservadas em pirita (conhecida como ouro dos tolos), e que um escâner foi capaz de detectar diferenças de densidade entre a pirita e a rocha circundante, ajudando a criar o modelo 3D destas estruturas raramente vistas.

© Foto / Jin-Bo Hou / UCRFóssil de trilobita preservado em pirita
Criaturas marinhas de 450 milhões de anos teriam respirado com ajuda de pernas, diz estudo (FOTO) - Sputnik Brasil, 1920, 01.04.2021
Fóssil de trilobita preservado em pirita
"Desde modo, nós podemos olhar para o que seria difícil ver mesmo em um microscópio. [Observamos] estruturas anatômicas de trilobitas realmente pequenas da ordem de dez a 30 mícrons de largura", disse a paleontologista e integrante da equipe, Melanie Hopkins, do Museu Americano de História Natural. Para comparação, um cabelo humano tem cerca de 100 mícrons de espessura.

Os pesquisadores conseguiram ver como o sangue teria filtrado através de câmaras nestas estruturas delicadas, captando oxigênio ao longo de seu caminho. Elas se parecem com as brânquias em animais marinhos modernos como caranguejos e lagostas.

A maioria de trilobitas limparam o fundo do oceano usando espinhos nas pernas para apanhar e moer presas. Acima destas partes, no ramo superior dos membros, eram essas estruturas adicionais que, alguns acreditavam, serviram de ajuda para nadar ou escavar.

"No passado, houve alguns debates sobre o propósito dessas estruturas, já que a parte superior da perna não é um excelente lugar para aparelhos respiratórios", afirma Hopkins. "É uma questão em aberto o porquê da evolução dessa estrutura neste local em seus corpos."

Existe uma teoria que esta mudança teria sido relacionada com um aumento de oxigênio milhões de anos atrás na Terra, mas a informação necessita de mais pesquisas científicas para ser confirmada.

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