O Ministério das Relações Exteriores do Irã rejeita qualquer levantamento "passo a passo" das sanções impostas à República Islâmica pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump.
"Como já foi dito claramente muitas vezes, nenhum plano passo a passo está sendo considerado […] A política definitiva da República Islâmica do Irã é o levantamento de todas as sanções dos EUA, sejam as reimpostas por Trump após a retirada do JCPOA ou as que ele iniciou, bem como as sanções impostas sob qualquer outra liderança", disse Saeed Khatibzadeh, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, citado pelo portal Press TV neste sábado (3).
Os comentários de Khatibzadeh ocorrem logo após a vice-porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Jalina Porter, ter dito na sexta-feira (2) que o foco das negociações na próxima semana, em Viena, Áustria, sobre a retomada do acordo nuclear que o Irã assinou com potências mundiais em 2015 se concentrará nas "medidas nucleares que o Irã precisará tomar para retornar à conformidade" com esse acordo.
Reunião presencial
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif, informou que Teerã está planejando realizar uma reunião presencial com os demais signatários do JCPOA (União Europeia, França, Alemanha, Reino Unido, China e Rússia) em Viena, Áustria, em 6 de abril, sem mencionar os EUA na lista. Zarif ressaltou que uma reunião entre o Irã e os EUA é "desnecessária" neste momento.
"A reunião, na qual a delegação iraniana participará, é uma reunião da Comissão Conjunta a que assistirão apenas os países-membros [Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha, bem como representantes do Irã e da UE]. O objetivo [da reunião] é analisar o possível regresso dos EUA ao JCPOA", afirmou o vice-ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, na sexta-feira (2).
Mas o Irã já afirmou que não pretende realizar negociações diretas ou indiretas com os EUA até que as sanções sejam suspensas. Anteriormente, Washington se recusou a iniciar negociações com Irã até que Teerã deixe de violar as condições do acordo nuclear sobre os limites de armazenamento de combustível nuclear e o nível de enriquecimento de urânio de 3,67%.