Segundo o Ministério de Defesa da China, 11 soldados do 78º Exército Combinado estacionado em Harbin viajaram para a Rússia nesta sexta-feira (2) para participar da caminhada de 50 quilômetros ao longo da parte ocidental da cordilheira de Sayan, informa o South China Morning Post.
A cordilheira de Sayan é uma cadeia de montanhas entre o noroeste da Mongólia e o sul da Sibéria, Rússia. Os exercícios militares incluem localização de pessoas apanhadas por avalanches de neve, descida de escarpas com corda fixa e resgate, exercícios de disparos e uso de granadas.
Esta competição decorrerá entre 14 e 17 de abril, sendo a primeira das 34 provas dos Jogos Internacionais do Exército, organizados pela Rússia. É a primeira vez que a China participa desta etapa preliminar da competição.
O líder do grupo de soldados, Cui Yingbin, contou ao jornal militar chinês The PLA Daily que a China tenciona, através destes jogos, verificar seus níveis de preparação para combate. "Ao competir no mesmo lugar com militares de outros países, não só poderemos testar o nível de preparação de combate de nossos militares, como também fortalecer a amizade mútua e aprofundar o intercâmbio militar e a cooperação entre países", disse ele, citado pela mídia chinesa.
Já é tradição a China se voltar para a Rússia no que toca ao desenvolvimento de sua performance militar, desde design de equipamentos à estrutura de suas forças armadas. Deste modo, a competição em Sayan é uma oportunidade para aprender mais sobre as práticas militares russas em condições extremas.
"A China tem de lidar com sua disputa fronteiriça com a Índia, e o campo de batalha se situa no planalto tibetano, em elevada altitude e com temperaturas muito frias. A China precisa de ganhar experiência para enfrentar novas tensões e também preparar sua resposta às provocações da Índia", explicou Song Zhongping, ex-instrutor do Exército de Libertação Popular (ELP) da China, citado pelo South China Morning Post.
A China e a Rússia têm vindo a desenvolver positivamente sua cooperação econômica, política e militar. Na verdade, este ano marca o vigésimo aniversário do Tratado de Boa Vizinhança e Cooperação entre os dois países.
Pequim também melhorou a cooperação com a Rússia - especialmente na frente militar - sempre que a China enfrentou retrocessos em suas relações com os principais países ocidentais. Em dezembro, Moscou e Pequim assinaram uma prorrogação por 10 anos de seu acordo sobre notificações mútuas de lançamento de mísseis balísticos e foguetes espaciais.