A quase homônima Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em 1964, reuniu grupos conservadores religiosos que respaldaram o golpe militar ocorrido naquele ano, sendo realizada em mais de uma ocasião pedindo a deposição do então presidente da República, João Goulart.
Dessa vez, os manifestantes foram às ruas com faixas contra medidas restritivas de combate à COVID-19, incluindo a recente decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) de garantir que governos locais imponham restrições a aglomerações em cultos religiosos com o objetivo de conter o avanço de casos e mortes pela doença.
A principal cidade do protesto foi Brasília, onde algumas centenas de manifestantes marcharam na Esplanada dos Ministérios. Além das faixas de apoio a Bolsonaro, contra as medidas de restrição e de pedidos de intervenção militar, foram erguidas diversas bandeiras de Israel e do Brasil Império nos protestos.
Nas redes sociais, imagens e vídeos foram compartilhados mostrando a marcha em outras cidades, como em Campinas, interior de São Paulo, além da capital paulista, Natal, Belo Horizonte e também no Rio de Janeiro e Niterói. Nessas cidades as manifestações foram menores que a realizada em Brasília, com exceção de São Paulo e Rio de Janeiro, onde centenas se reuniram na Avenida Paulista e em Copacabana, respectivamente.
Praia de Icaraí, Niteroi-RJ, 11/04/2021 #MarchaDaFamiliaCrista pic.twitter.com/wCrWC9spZW
— 🏳️🏴🏁Eduardo🏁🏴🏳️ (@skipperlima) April 11, 2021
Em São Paulo, centenas de pessoas se reuniram na Avenida Paulista, tradicional local de protestos na capital paulista.
Aproximadamente 800 pessoas na Paulista na Marcha da família cristã pela liberdade. Discursos religiosos, anticomunistas e contra os governadores. Idade: 50+. PM não deixa ocupar a via. pic.twitter.com/It5yz4l8SZ
— Pablo Ortellado (@pablo_ortellado) April 11, 2021
Em Campinas, uma carreata chegou a ser rechaçada por moradores.
Marcha da família pela liberdade com buzinaço perto da Maternidade de Campinas.
— Wander Junior (@Breartecamilo) April 11, 2021
Pessoal nos prédios começaram a bater panela pra eles. pic.twitter.com/IlVCWpu9G1
A marcha contra medidas de restrições sociais ocorre em meio ao pico de casos e mortes da COVID-19 no Brasil. Atualmente, a média móvel diária de óbitos supera três mil no país, que acumula mais de 351 mil mortes causadas pela doença e convive com um quadro de colapso sanitário e hospitalar.