Após o decreto do governo francês que suspende voos com origem e para o Brasil até 19 de abril, o embaixador brasileiro na França, Luís Fernando Serra, entrevistado pela BFM TV, negou a responsabilidade do presidente Bolsonaro na crise pandêmica.
Covid-19: l'ambassadeur du Brésil à Paris estime que son pays est le 5e au monde à avoir le plus vacciné pic.twitter.com/57eFnJmBoM
— BFMTV (@BFMTV) April 14, 2021
COVID-19: o embaixador do Brasil em Paris estima que seu país seja o quinto no mundo a ter mais vacinados.
A suspensão dos voos entre a França e o Brasil foi amplamente repercutida nos canais de televisão e rádio franceses, escreve a Rádio França Internacional.
A decisão foi anunciada nessa terça-feira (13) pelo primeiro-ministro Jean Castex, pressionado pela grave situação sanitária no Brasil, e também em razão da variante brasileira, conhecida como P.1, considerada mais contagiosa. Até o dia 19 de abril, o governo francês estuda a adoção de medidas mais restritivas que permitiriam a retomada da ligação aérea.
Entre as possibilidades, o isolamento obrigatório em um hotel será imprescindível, sendo que as despesas deverão ser pagas pelo viajante.
'A culpa é da esquerda' acusa embaixador brasileiro
Embaixador brasileiro em Paris, Luís Fernando Serra disse respeitar a "decisão soberana da França", mas minimizou seu impacto. Ele assinalou que "a economia do Brasil não depende do turismo".
Luís Fernando Serra ainda negou a responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro na crise. "Vocês pensam que o presidente Bolsonaro faz pouco? Que a culpa é do presidente? Essa é uma boa oportunidade para dizer que o Brasil já vacinou 31 milhões de pessoas e é o quinto país que mais vacinou no mundo segundo a OMS", afirmou o diplomata.
Em seguida, ele disse que, em relação ao tamanho de sua população, "o Brasil é o 19° país em número de mortes por um milhão de habitantes". Ele disse que a culpa dos leitos lotados é da "esquerda", que não construiu hospitais quando "ficou no poder”.
Sobre o lockdown, ele explicou que a culpa é do Supremo Tribunal Federal. "O presidente Bolsonaro é solidário, quer que as pessoas trabalhem. Tem 35 milhões de brasileiros que vivem da economia informal e tem que sair de casa trabalhar. O Brasil não tem um sistema social como a França. Se não trabalharem, eles vão morrer de outra coisa, de fome, de depressão", insistiu Serra.