"Esta decisão é uma clara violação do Acordo de Doha e o não cumprimento de suas responsabilidades [...] Agora, como o acordo está sendo rompido pela América, isso em princípio abre caminho para [o Afeganistão] tomar todas as contramedidas necessárias, consequentemente, o lado americano vai ser o responsável por todas as consequências futuras, e não o Emirado Islâmico", comunicou o Talibã.
O Talibã também instou as Nações Unidas e outras organizações e países que testemunharam a assinatura do acordo de paz com os EUA a pressionarem Washington a retirar suas forças até o dia 1º de maio.
"Como a retirada das tropas será adiada por vários meses, sendo concluída apenas em setembro, gostaríamos de declarar o seguinte: esta decisão viola claramente o acordo de Doha e descumpre as obrigações firmadas [...] O Talibã aconselha com insistência a América e todos os países ocupantes a pararem de justificar a continuação da guerra e retirarem imediatamente todas suas forças do Afeganistão", comunica o movimento.
A declaração ocorre no momento em que o secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, acaba de se encontrar com o presidente afegão Ashraf Ghani em Cabul.
Durante o encontro, Blinken afirmou que a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão não resultaria no enfraquecimento das relações estratégicas entre os países.
Militares do Reino Unido passariam a enfrentar dificuldades sem o apoio dos EUA no Afeganistão por dependerem de bases e infraestruturas norte-americanas, diz mídiahttps://t.co/Z9Uwy4HTqC
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) April 14, 2021
De acordo com o secretário dos EUA, o país está empenhado em cumprir com os compromissos firmados com o governo afegão.
Por sua vez, o presidente afegão, Ashraf Ghani, afirmou durante o encontro com o secretário norte-americano que suas forças são capazes de defender o país sem ajuda externa e são apoiadas pela população.
Na última quarta-feira (14), a Casa Branca anunciou que os EUA completariam a retirada das tropas do Afeganistão até 11 de setembro, 20º aniversário dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Biden também afirmou que os EUA não deixarão o país às pressas, mas sim em coordenação com seus aliados.