Desde que o nome de Renan Calheiros foi especulado na presidência da CPI da Covid, a base aliada de Jair Bolsonaro ligou o sinal de alerta, temendo que as investigações dos senadores possam ser influenciadas pelas críticas de Calheiros ao governo.
Aliados do presidente da República, Alê Silva (PSL), Carla Zambelli (PSL), Carlos Jordy (PSL) e o ex-ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio, iniciaram uma campanha no domingo (18) chamada "Renan Suspeito".
Eles argumentam que o senador deveria ser considerado suspeito para presidência da comissão por ser pai do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), o que configuraria um conflito de interesses.
Nesta segunda-feira (19), a deputada Carla Zambelli escreveu sobre o assunto em suas redes sociais.
Acabamos de ingressar com ação na Justiça para barrar @renancalheiros na relatoria da CPI.
— Carla Zambelli (@CarlaZambelli38) April 19, 2021
A presença de alguém com 43 processos e 6 inquéritos no STF evidentemente fere o princípio da moralidade administrativa.
Outros parlamentares também ingressarão com ações.#RenanSuspeito
Ontem (18), o ex-ministro Marcelo Álvaro Antônio escreveu: "O princípio da suspeição do juízo é clara: Renan Calheiros não pode ser relator da CPI da Covid tendo em vista que é pai de um governador, também, objeto de investigação da CPI".
Já a deputada federal Alê Silva criticou a possibilidade de Renan Calheiros assumir a relatoria da comissão.
Estes são os senadores que irão fazer parte da COVID. Se você discorda da relatoria nas mãos do @renancalheiros, ajude-nos a subir a tag: #RenanSuspeito pic.twitter.com/Iupp08Uoam
— Alê Silva 🇧🇷 lockdown também mata! 🇧🇷 (@alesilva_38) April 17, 2021
Carlos Jordy, por sua vez, comentou: "Renan Calheiros ser escolhido como relator revela a seriedade da CPI da Covid". Segundo o deputado, em um "país sério, um réu em processo no STF [Supremo Tribunal Federal], investigado em 20 inquéritos e pai do governador de Alagoas, jamais assumiria a presidência de uma comissão para investigar ilícitos".
O senador Renan Calheiros, afirma o jornal O Globo, respondeu às críticas nesta segunda-feira (19). Ele comunicou que pedirá ao Twitter o cancelamento de 3.043 contas falsas.
Segundo ele, a cada mil menções de seu nome sobre a CPI da Covid, 67% foram feitas por robôs. Com base nisso, ele pediu o cancelamento dos perfis.