Ainda no posto de comandante, o general Edson Leal Pujol afirmou na última quinta-feira (15) que o Exército Brasileiro foi o principal instrumento do governo federal no combate à pandemia da COVID-19.
"O Exército Brasileiro, junto com as Forças coirmãs [Marinha e Aeronáutica], talvez tenha sido o principal instrumento do governo federal em apoio, auxílio à população brasileira para enfrentar um desafio gigantesco. Cumprindo as orientações do governo federal, o Ministério da Defesa se desdobrou", afirmou.
Entre as atividades dos militares, Pujol citou a proteção de fronteiras, o atendimento a refugiados, o apoio a comunidades indígenas, o combate a crimes ambientais e a realização de obras de infraestrutura. "Todos os dias, uma média de 30 mil militares só do Exército estavam na rua enfrentando o coronavírus, prestando todo tipo de apoio à sociedade brasileira e colocando-se em risco", completou.
Apesar dos esforços empreendidos pelos militares, o especialista em bioquímica e imunologia, Marco Antonio Stephano, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), acredita que o governo federal poderia intensificar ainda mais o uso tanto dos militares do Exército quanto da estrutura das Forças Armadas no combate à pandemia.
"As Forças Armadas, tanto a Marinha, Aeronáutica e Exército, tem seus centros médicos. Tem enfermeiros, tem médicos que poderiam estar ajudando também no combate ao coronavírus", afirmou à Sputnik Brasil.
Começou hoje a vacinação contra a Gripe no Brasil. Especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil falaram sobre a importância da imunização contra o vírus influenza.
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) April 12, 2021
Porém, alertaram: a vacina contra a gripe não é eficaz contra a COVID-19.https://t.co/xrbAO0yYk9
Além do deslocamento de médicos e enfermeiros, o especialista ainda defendeu que as Forças Armadas utilizem os laboratórios químicos para produzir medicamentos que são usados em pacientes durante o tratamento da COVID-19.
"A Aeronáutica e o Exército têm um laboratório farmacêutico que poderia estar produzindo, não cloroquina e invermectina, mas sim, anestésicos e antibióticos. Existe uma terapia de suporte ao coronavírus, medicamentos terapêuticos para a pessoa que está contaminada durante o tratamento, como antibióticos, anti-inflamatórios, anticoagulantes, que esses laboratórios poderiam estar cobrindo" afirmou.
Em fevereiro, o Ministério Público Federal (MPF) pediu explicações aos comandos do Exército e da Aeronáutica sobre o total de dinheiro público gasto, as estruturas mobilizadas e a origem orçamentária dos recursos usados na produção e na distribuição de cloroquina.
"Uma coisa é o governo Bolsonaro, outra coisa é a ação de militares. Ou seja, o que os militares estão preparados para fazer. O militar está pronto para agir desde que ele tenha o comando, infelizmente o militar não faz nenhuma coisa sem ordem. Uma vez que ele recebe a ordem ele tem toda a estrutura para cumprir aquilo", completou Marco Antonio Stephano, sobre o auxílio dos militares no combate à pandemia.