Em sua entrevista de televisão no quinto aniversário da estratégia Visão 2030, o plano da Arábia Saudita para reduzir sua dependência do petróleo, o príncipe herdeiro dedicou grande parte de suas observações ao lugar do reino no mundo, segundo o jornal Arab News.
Mohammed bin Salman disse que o governo saudita concordou com a administração do presidente dos EUA Joe Biden sobre a maioria das questões e disse que estão trabalhando juntos para encontrar uma base de consenso em suas divergências.
"Como em qualquer família, os irmãos não concordam a 100% em todas as questões e assuntos. Isso é semelhante quando se trata de governos", disse o príncipe herdeiro.
Salman afirmou que a Arábia Saudita está de acordo com 90% da política do presidente norte-americano Joe Biden, dizendo que as diferenças podem diminuir ou aumentar.
"E quanto às coisas em que temos algumas diferenças com eles, cerca de 10%, tentamos neutralizar o risco e chegar a um entendimento sobre elas. Eles são nossos parceiros há mais de 80 anos", segundo o príncipe herdeiro.
Salman disse que a Arábia Saudita quer que o Irã, um país vizinho, "cresça e prospere", esperando ter boas relações com eles.
"Nosso problema é com influências negativas, tais como seu programa nuclear, o suporte a seus apoiadores regionais e seu programa de mísseis balísticos. Estamos trabalhando com nossos parceiros para encontrar soluções para estas questões", revelou o príncipe saudita.
Quanto aos rebeldes houthis, Salman disse que a Arábia Saudita espera que os houthis se sentem à mesa de negociações para encontrar soluções que garantam direitos para todos. O príncipe herdeiro afirmou que nenhum país do mundo aceita milícias em suas fronteiras.
"Embora não haja dúvidas de que os houthis têm uma relação próxima com o regime iraniano, não há dúvidas de que os houthis são árabes no fim das contas, e é inevitável que eles tenham de trabalhar com seus irmãos para acabar com este conflito", de acordo com Salman.
O príncipe herdeiro disse que o reino tem sido vítima de extremismo, revelando que a "Arábia Saudita tem sido um dos principais alvos de projetos extremistas e atos terroristas no mundo". Não há lugar para o extremismo no reino, sendo incompatível com o crescimento da economia, atração do turismo e criação de emprego, segundo Salman.