O Secretariado da antiga guerrilha das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) aceitou a responsabilidade por crimes contra a humanidade e crimes de guerra como resultado dos sequestros que eles perpetraram durante vários anos de conflito armado e que lhes foram imputados em 28 de janeiro de 2021 pela Jurisdição Especial para a Paz (JEP) da Colômbia.
"O documento que apresentamos hoje [30] perante a Câmara de Reconhecimento da Verdade e Responsabilidade da JEP contém a reafirmação de nosso reconhecimento da responsabilidade pelos sequestros cometidos pelas FARC-EP durante o conflito armado. Este reconhecimento inclui a aceitação dos fatos e comportamentos descritos no auto", disseram os ex-FARC em uma declaração de sexta-feira (30).
Este reconocimiento incluye la aceptación de los hechos y conductas descritos en el auto. Como lo hemos manifestado en repetidas ocasiones, las políticas de secuestro que llevamos a cabo son injustificables.
— COMUNES 🌹 (@ComunesCoL) April 30, 2021
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Este reconhecimento inclui a aceitação dos fatos e condutas descritos no auto. Como temos afirmado repetidamente, as políticas de sequestro que praticamos são injustificáveis.
A coletiva de imprensa virtual integrou o ex-guerrilheiro Julián Gallo, conhecido como Carlos Antonio Lozada e atual senador do partido de esquerda Comunes (ex-FARC), e José Lisandro Lascarro, conhecido como Pastor Alape.
Outros ex-guerrilheiros das FARC que aceitaram sua responsabilidade são: Rodrigo Londoño, líder máximo de Comunes e conhecido como Timochenko, o senador Jorge Torres Victoria, conhecido como Pablo Catatumbo, Milton de Jesús Toncel Redondo, conhecido como Joaquín Gómez, Ricardo González, conhecido como Rodrigo Granda, e Mauricio Jaramillo.
Sequestros
Os ex-guerrilheiros não esconderam seu arrependimento pelas ações que realizaram.
"É importante especificar que nunca foi nossa intenção negar a dor e os danos causados ou a gravidade dos fatos. Por isso assumimos responsabilidade pelos sequestros ocorridos e pelo sofrimento injustificável infligido", indicam os ex-FARC no comunicado, em que reconhecem "que, apesar de ter sido proibido pela organização, ocorreram maus-tratos às pessoas sequestradas. Estas circunstâncias ocorreram no contexto das difíceis condições da guerra. Tais condutas nunca deveriam ter ocorrido", disseram.
Carlos Ruiz Massieu, representante especial do secretário-geral das Nações Unidas (ONU) na Colômbia, valorizou o passo dado pelos ex-combatentes das FARC.