O sistema de defesa antiaérea Cúpula de Ferro israelense é causa de câncer, relataram soldados no fim ou depois de seu serviço nas unidades de bateria móveis, segundo artigo do jornal Yedioth Ahronoth.
Yonatan Haimovitz, com 31 anos, que serviu por dois anos na Força Aérea de Israel, antes de ser destacado para uma bateria da Cúpula de Ferro, revelou que já com 22 anos os doutores lhe diagnosticaram um tumor.
"Quando você está perto da caixa do radar, você sente seu corpo inteiro fervendo no interior", disse, citado na quinta-feira (29) pela agência iraniana Press TV.
"Você imagina que é assim que se sente a comida dentro de um micro-ondas. Você sente as ondas de calor", explicou.
Haimovitz citou o exemplo de um amigo que também esteve na Cúpula de Ferro, que lhe revelou estar doente, e que disse saber de outras pessoas com câncer. No entanto, ele não acreditou. Passado um ano, a doença voltou, e o companheiro morreu.
O Yedioth Ahronoth também escreveu sobre Ran Mazor, outro membro da Cúpula de Ferro, que afirmou ter sofrido de dores constantes nas pernas e costas durante seu serviço, pelo qual os membros de sua unidade o chamavam de "bebê chorão". Mais tarde, ele foi diagnosticado com câncer ósseo que, segundo ele, foi causado pelo sistema de defesa antiaérea. Além disso, ele teve um tumor cancerígeno removido por cirurgia após a saída do serviço militar.
No total, dez militares de Israel com idades na casa dos 20 e 30 anos já referiram ter desenvolvido câncer após serviço na Cúpula de Ferro. Muitos já iniciaram ações legais, apesar de outros não terem os meios para o fazer.
A Cúpula de Ferro é um sistema de defesa antiaérea, com o objetivo de interceptar e destruir foguetes de curto alcance e projéteis de artilharia disparados a distâncias de 4 km a 70 km, e cuja trajetória os levaria a uma área povoada em Israel.