Queiroga foi o quarto ministro da Saúde no governo de Jair Bolsonaro. Ele é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia e, quando foi escolhido pelo presidente da República, o país já tinha 278 mil mortos em decorrência da pandemia.
Logo no início de seu pronunciamento na CPI, Queiroga disse que "assumiu o ministério há cerca de 40 dias. Não tenho condições de me ater a todos os detalhes de um ministério complexo".
Em sua primeira resposta, ele incentivou o uso de máscaras: "São medidas não farmacológicas que parecem simples e são simples, como o uso das máscaras. Temos que investir em medidas não farmacológicas, políticas de testagem e fortalecer o nosso sistema de saúde para que seja capaz de atender aos casos mais graves, os pacientes com síndromes respiratórias graves".
Ele também reforçou a importância da campanha de vacinação para o controle da pandemia. Um dos momentos mais tensos de seu depoimento foi quando lhe questionaram sobre a cloroquina. Perguntado sobre o polêmico medicamento, e se ele concorda com o "tratamento precoce", Queiroga evitou dar resposta.
"Gostaria de manter meu posicionamento para quando o protocolo [final] for elaborado", afirmou, dizendo logo que em seguida que "essa é uma questão técnica". Para Queiroga: "Existem correntes da medicina, uma corrente é contrária o tratamento precoce, outra corrente defende; essa questão precisa de posicionamento técnico, e o ministro da Saúde é a última instância a opinar".
Vacina Sputnik V
Sobre o uso da vacina russa Sputnik V, o ministro Queiroga defendeu o trabalho da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que não recomendou a importação do imunizante, escreve o portal G1.
"A Anvisa, ao longo do tempo foi se aprimorando e hoje ela é considerada uma das agências de vigilância sanitária mais importantes", disse o ministro. "Em relação à decisão que foi tomada, e que essa vacina [Sputnik V] obtenha o aval da Anvisa, uma vez obtido, nós colocaremos no programa de vacinação".
Fugindo das perguntas difíceis
Confrontado com questões sobre o uso da ivermectina, aglomerações populares, o grupo de conselho do presidente Jair Bolsonaro (o suposto Ministério da Saúde paralelo), e a interferência de Bolsonaro, Queiroga apresentou respostas evasivas.
O senador Renan Calheiros perguntou se ele tinha conhecimento de um conselho extraoficial. "Não tenho conhecimento desse aconselhamento paralelo e não tenho conhecimento da elaboração do mérito. Eu não posso falar de um aconselhamento paralelo que não tenho conhecimento", respondeu Queiroga.