O Comando Conjunto de Operações Especiais dos EUA destacado em Israel cooperou com serviços especiais israelenses "homólogos" em janeiro de 2020 durante toda a secreta operação bem-sucedida contra Qassem Soleimani, líder da Força Quds, o braço estrangeiro do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês), informou no sábado (8) o portal Yahoo! News.
Segundo 15 oficiais norte-americanos ativos ou reformados citados, incluindo pelo menos um membro da Agência de Inteligência dos EUA (CIA, na sigla em inglês), cuja organização participou do planejamento da operação, Soleimani trocou vários celulares algumas horas antes de aterrissar em Bagdá, Iraque. Ao mesmo tempo, a inteligência dos EUA trabalhou com "colegas" israelenses, que estariam supervisionando os padrões dos celulares de Soleimani.
"Os israelenses, que tinham acesso aos números de Soleimani, os passaram para os americanos, que rastrearam Soleimani e seu telefone atual até Bagdá", escreveu o portal.
Os diplomatas israelenses em Washington, EUA, ainda não comentaram o relatório. Até agora Israel tem negado a participação no ataque.
Teerã alegou anteriormente que Tel Aviv participou do assassinato. Em abril, Hassan Rouhani, presidente do Irã, afirmou que o ataque com drones que matou Soleimani foi "dirigido pelos sionistas", ou Israel, apesar de a ordem para o assassinato ter sido dada pelo então presidente norte-americano Donald Trump. Segundo Rouhani, as ações de Trump "foram provocadas" por Tel Aviv.
A operação que assassinou Qassem Soleimani em 3 de janeiro de 2020 foi realizada no Iraque, perto do Aeroporto Internacional de Bagdá, aonde o comandante chegou para conduzir uma missão diplomática secreta relacionada às relações irano-sauditas. O membro do IRGC fez grandes contribuições na guerra contra o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países).
Além do assassinato de Soleimani, Washington teria planejado matar na mesma noite Abdul Reza Shahlai, comandante principal da Força Quds no Iêmen, bem como matar ou capturar outros supostos alvos iranianos no Iraque e na Síria, tendo sido as operações na Síria canceladas por razões desconhecidas.