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'É fundamental que Anvisa receba informações sobre reações adversas a medicamentos', diz virologista

© Folhapress / Claudio Reis/FramePhotoSede da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em Brasília.
Sede da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em Brasília. - Sputnik Brasil, 1920, 21.05.2021
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A Anvisa está solicitando à população, à classe médica em geral e aos profissionais de saúde, que fiquem alertas a eventuais reações adversas ao uso de medicamentos e tratamentos, inclusive vacinas contra a COVID-19.

Para discutir o tema, a Sputnik Brasil conversou com o virologista Fernando Spilki — doutor em genética e biologia molecular, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, além de coordenador da Rede Corona-ômica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para sequenciamento do coronavírus no Brasil.

​Ele começou dizendo que a medida da Anvisa faz parte do rito que se espera e que vem sendo colocado pela agência em muitas outras esferas, por exemplo, quando da introdução de novos tratamentos para outras moléstias como o câncer. Usualmente se estabelece esse processo de informação tanto qualificada por parte dos profissionais como a própria informação que pode e deve chegar agência através do cidadão.

"Eu acho que essa é uma das riquezas do modelo que nós temos e a abertura desses canais de diálogo e a colocação da Anvisa à disposição para receber esse tipo de informação é fundamental e importante", avaliou o especialista.

No Brasil há três vacinas em uso neste momento: CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer. Segundo a gerente de farmacovigilância da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Helaine Capucho, a pandemia da COVID-19 conferiu ainda mais importância à farmacovigilância, já que a agência tem obrigado autoridades sanitárias nos diversos países a excepcionalmente a encurtar prazos de processos e analisar em tempo recorde pedidos de uso de medicamentos desenvolvidos em curto espaço de tempo, segundo publicou a Agência Brasil.

Reações adversas a medicamentos

Spilki disse que há relatos de complicações ocorridas especialmente em pacientes que foram submetidos a terapias prolongadas com medicamentos, buscando tratamento ou mesmo prevenção que não haviam sido testados para este fim ou pelo período recomendado, ou ainda utilizados por via incorreta.

"Então isso já foi bastante debatido na imprensa, principalmente sobre esses medicamentos que faziam parte do kit covid ou do tratamento precoce. Além disso, nós sabemos que são não casos fatais mas esporadicamente há reações diversas a diferentes tratamentos, ou às próprias vacinas. Isso já faz parte do processo que a Secretaria de Vigilância Sanitária e que a própria Anvisa tem como padrão esse canal de comunicação para que esses eventos sejam devidamente mapeados", continuou o virologista.
© Foto / Pixabay / StockSnapMedicamentos (imagem referencial)
'É fundamental que Anvisa receba informações sobre reações adversas a medicamentos', diz virologista - Sputnik Brasil, 1920, 21.05.2021
Medicamentos (imagem referencial)

Isso é feito, segundo ele, para que se chegue exatamente à causa, a relação causa-efeito entre a aplicação do medicamento ou vacina e os eventos que ocorrem depois.

"A coisa mais importante para quaisquer eventos adversos é que principalmente o cidadão busque a investigação disso junto aos profissionais de saúde com quem tem contato e que podem atendê-lo, e que esses profissionais informe às autoridades sanitárias locais, e que se estabeleça também essa comunicação do ponto de vista nacional, muitas vezes até para afastar a hipótese de ter sido algum efeito adverso", explicou Spilki.

Segundo ele é importante observar se uma determinada faixa etária é mais atingida ou então um grupo específico. "Agora nós estamos no meio de uma investigação da Anvisa em relação à questão de vacinas em mulheres grávidas e tudo isso isso vem do processo comunicação e transparência que é muito importante".

"É uma questão de manter a confiança da Anvisa e da população alta e a segurança também garantida, e o que se está fazendo é o rito tradicional de manter a vigilância da segurança dos produtos mesmo após su introdução no mercado", finalizou Spilki.

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