Por sua vez, o escritório que representa a farmacêutica britânica em Moscou confirmou à Sputnik a autenticidade do documento.
"A AstraZeneca confirma que é a autora do documento. Esta informação não se destina para divulgação pública", disse o porta-voz da empresa.
O relatório de 12 páginas, intitulado "Restaurando a confiança nas vacinas contra a COVID-19 e na cooperação aprimorada entre agências regulatórias de saúde e empresas farmacêuticas - Um chamado para ação", fornece dados estatísticos que mostram que o número total de casos fatais para cada milhão de doses administradas da vacina em França, Alemanha, Reino Unido, Noruega, Áustria e Itália é quase três vezes maior para a Pfizer do que para a AstraZeneca.
URGENTE: O estudo da #SputnikV, baseado em dados abertos de 13 reguladores de saúde internacionais, demonstra que há significativamente mais mortes após a vacinação com imunizante da Pfizer do que com o da AstraZeneca a cada milhão de doses aplicadas https://t.co/X9HbA8Ogp4
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) April 23, 2021
De acordo com as estatísticas apresentadas pelos governos e agências relacionadas, a França registrou 45,3 casos fatais por milhão de doses para a Pfizer contra 17,9 para a AstraZeneca. Para a Alemanha, os números são 29,9 contra 6,5, respectivamente, para o Reino Unido, 20,7 e 24,2; Noruega, 164,3 e 44,6; Áustria, 47,5 e 7,5, e Itália, com 10,9 e 7,3.
Além disso, o Reino Unido prioriza o uso do imunizante da AstraZeneca para a sua campanha de vacinação em massa. O medicamento também é o principal utilizado para diversas categorias de pessoas. Até 26 de maio, 72,9% da população adulta do país foi vacinada com uma dose da vacina e 44,8% com as duas.
Estudo israelense mostra que 1,2% das pessoas com doenças autoimunes desenvolveu herpes-zóster após receber doses da vacina da Pfizer/BioNTech https://t.co/2GVMhCguac
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) April 21, 2021
Ao contrário do que afirmam os países europeus sobre os riscos da vacina AstraZeneca e a recusa para o uso do medicamento, as estatísticas da empresa britânica indicam que o risco para os vacinados com a Pfizer é maior.
Além disso, a empresa ressaltou que não é a única que sofre com a publicidade negativa. As denúncias contra a sua vacina atingem a credibilidade dos imunizantes de outros fabricantes e, consequentemente, reduzem a vontade das pessoas de se vacinarem.
"Uma decisão tomada contra uma vacina pode, potencialmente, erodir ainda mais a confiança pública contra todas as vacinas, de uma perspectiva de saúde pública global. A falta de vacinação generalizada prolongará desnecessariamente a pandemia", afirma o relatório.
A AstraZeneca observou que a agência reguladora de medicamentos do Reino Unido e os cientistas afirmaram repetidamente que o risco de contrair o coronavírus supera em muito o risco de efeitos colaterais graves das vacinações. A empresa reafirmou ainda a sua disponibilidade para cooperar com quaisquer organismos científicos para garantir a segurança da vacinação, com base no princípio de transparência total.
"A AstraZeneca está comprometida com a parceria com o NITAG [sigla em inglês para Grupo Consultivo Técnico para Imunizações Nacionais] e os órgãos reguladores para restaurar a confiança na vacinação e nas vacinas contra a COVID-19", disse a empresa no relatório, no qual acrescenta que é necessário unir esforços para coletar e avaliar dados relevantes de forma que "diretrizes claras e consistentes sobre o uso possam ser fornecidas pelas agências de saúde".
"A vacinação é essencial para reduzir o impacto da pandemia de COVID-19 e já demonstrou grandes reduções significativas na admissão, hospitalização e morte em UTIs nos países com programas de vacinação generalizados", concluiu a AstraZeneca.