A filial norte-americana da gigante brasileira da indústria de carnes JBS informou ao governo dos EUA que acredita que o ataque cibernético de que foi vítima foi perpetrado por um grupo criminoso possivelmente localizado na Rússia, afirmou a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.
"A processadora de carnes JBS nos avisou no domingo [30] que foi vítima de um sequestro cibernético [...]. A JBS informou ao governo [norte-americano] que o pedido de pagamento de resgate foi feito por uma organização criminosa possivelmente localizada em Rússia", afirmou a porta-voz.
Jean-Pierre acrescentou que a Casa Branca está em contato sobre o assunto com autoridades do governo russo, enquanto avalia um possível impacto no fornecimento de carne.
"A Casa Branca ofereceu assistência à JBS e nossa equipe e o Departamento de Agricultura falamos várias vezes com sua liderança no último dia […]. A Casa Branca está se envolvendo diretamente com o governo russo neste assunto e transmitindo a mensagem de que os Estados responsáveis não abrigam criminosos de ransomware [tipo específico de ataque hacker]", comentou Jean-Pierre.
No domingo (30), a JBS foi vítima de um ataque cibernético que afetou suas operações na Austrália e na América do Norte. A JBS é uma grande fornecedora de carnes com operações nos EUA, Austrália, Canadá, Europa, México, Nova Zelândia e Grã-Bretanha.
No comunicado divulgado pela JBS, o escritório afirma não ter evidências de que dados de clientes, trabalhadores e fornecedores tenham sido comprometidos.
Ataques hackers nos EUA
No dia 7 de maio, um ataque de ransomware forçou a Colonial Pipeline a interromper seu sistema de operação. A empresa norte-americana, que controla um dos principais oleodutos dos EUA, só voltou a operar normalmente em 15 de maio.
Em 2020, um ataque a clientes da empresa de gerenciamento de rede SolarWinds afetou mais de 150 organizações.
As ameaças de hackers à infraestrutura de governos e empresas têm crescido bastante nos últimos anos, levando a Casa Branca a responder com um plano para tentar aumentar a segurança dos serviços públicos e de seus fornecedores.