Nesta terça-feira (8), a Polícia Federal enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a conclusão do inquérito sobre o líder do governo Bolsonaro, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e seu filho, o deputado Fernando Bezerra Coelho Filho (DEM-PE), no qual a PF diz "haver provas suficientes" de que os dois receberam propina no valor de R$ 10.443.900 pagos por empreiteiras entre 2012 e 2014, segundo o G1.
A PF pediu que seja decretado o bloqueio de R$ 20 milhões dos dois e indiciou os políticos por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e falsidade ideológica eleitoral.
O recebimento da propina teria ocorrido quando o senador Fernando Bezerra Coelho foi ministro da Integração Nacional no governo Dilma Rousseff, e as empreiteiras que pagaram a quantia seriam a OAS, Barbosa Mello e Constremac/Mendes Junior.
"[...] Restou demonstrado que Fernando Bezerra de Souza Coelho e Fernando Bezerra de Souza Coelho Filho receberam direta e indiretamente R$ 10.443.900 pagos pelas empreiteiras OAS, Barbosa Mello e Constremac/Mendes Junior entre os anos de 2012 a 2014 [...]. Ocorre que tais vantagens são indevidas eis que realizadas em contrapartida à execução de obras atreladas ao Ministério da Integração Nacional, à época em que o primeiro estava à frente do órgão", disse o relatório da Polícia Federal.
A defesa do senador, representada pelos advogados André Callegari e Ariel Weber, diz que o relatório "não passa de opinião isolada do seu subscritor" e que seria uma "tentativa de criminalização da política".
"[...] O relatório final do inquérito 4513 não passa de opinião isolada do seu subscritor, que, inclusive, se arvora em atribuições que sequer lhe pertencem, sem qualquer força jurídica vinculante. Essa investigação, nascida da palavra falsa de um criminoso confesso, é mais uma tentativa de criminalização da política, como tantas outras hoje escancaradas e devidamente arquivadas", disseram os advogados através de nota citada pela mídia.
Segundo o G1, o relatório foi encaminhado pelo STF para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que vai decidir se há elementos para denunciar os parlamentares.
O inquérito em causa foi aberto em 2017 pela PF a partir de denúncias, as quais apontaram que, entre 2012 e 2014 e possivelmente em anos posteriores, algumas empreiteiras teriam pagado vantagens indevidas, no valor aproximado de R$ 5 milhões, aos parlamentares investigados.
Em 2019, a Polícia Federal fez operação de busca e apreensão no gabinete de Fernando Bezerra Coelho. A busca e apreensão fez parte da Operação Desintegração, que apurava desvios em obras no Nordeste, quando Fernando Bezerra era ministro da Integração Nacional.