De acordo com o portal Bloomberg, a administração Biden quer que os EAU removam os equipamentos da Huawei de suas redes nos próximos quatro anos, antes de obterem os caças norte-americanos, previstos para 2026 ou 2027.
As autoridades dos EAU, por sua vez, afirmaram que precisariam de mais tempo para encontrar uma alternativa acessível, podendo ser a Samsung, Ericsson ou Nokia.
Temendo a presença chinesa no Oriente Médio, os EUA seguem tentando encontrar meios de impedir qualquer plano chinês de estabelecer bases na região.
De acordo com Pompeo, a venda dos F-35, "além das capacidades que dá aos EAU", serve de sinal de "que os israelenses e os americanos acreditam que os Emirados podem compartilhar seu conceito de segurança. E isso é muito, muito importante" https://t.co/0w7CF75riM
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) June 10, 2021
Fontes ligadas ao assunto afirmaram ao Bloomberg que funcionários do antigo governo Trump haviam persuadido funcionários dos EAU a substituir a Huawei, alegando que o equipamento 5G da empresa chinesa poderia ser utilizado para espionagem.
"Os EUA estão trabalhando com aliados e parceiros para apoiar uma cadeia de suprimentos diversificada de equipamentos e serviços confiáveis de telecomunicações", afirmou Stephen Anderson, vice-secretário assistente para comunicações internacionais dos EUA.
Para os EUA, os EAU têm um papel importante na região, contudo, a ação norte-americana é considerada arriscada, já que os árabes podem escolher outras nações como aliadas, aproximando-se ainda mais da China.
Em 2020, a China foi o principal parceiro comercial dos EAU, movimentando quase US$ 54 bilhões (R$ 276 bilhões) no comércio, ou seja, duas vezes mais do que tinham com os EUA.
Temor e paranoia geram sanções e desespero norte-americano
Em outras ocasiões, os EUA já realizaram a mesma estratégia de forçar seus aliados a abandonarem parcerias com países considerados uma "ameaça" pelos norte-americanos.
Anteriormente, os EUA cortaram a Turquia do programa F-35, depois de os turcos adquirirem sistemas russos de defesa antiaérea S-400, além de imporem sanções contra os turcos.
A mesma estratégia está sendo utilizado contra os EAU, já que Washington restringiu as exportações de armas para Abu Dhabi pelo suposto envolvimento na guerra do Iêmen.
A empresa chinesa Huawei também foi sancionada e adicionada a uma lista negra de exportação pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, em 2019, impedindo os chineses de acessar as tecnologias de origem norte-americana.