A CPI da Covid determinou nessa quarta-feira (16) a quebra de sigilo de documentos enviados à Comissão pelo Ministério das Relações Exteriores, pelo Ministério da Saúde e pela Fiocruz, segundo o G1.
A decisão partiu dos senadores, pois os mesmos consideram que há "interesse público" em dados sobre negociações de vacinas e insumos para pandemia. Entre as centenas de documentos, que ficam guardados em uma sala-cofre, estão telegramas sigilosos do Itamaraty e documentos da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre investigações, segundo a mídia.
No início da sessão de hoje (16), senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, informou que há documentos disponíveis no Portal da Transparência e que o governo os enviava como sigilosos. Segundo o senador, a comissão já recebeu 1,5 TB de informações.
"É uma forma de tentar obstruir a investigação. É muito fácil botar o carimbo de sigiloso. Nós vamos tomar todos os cuidados necessários", disse Aziz citado pela mídia.
Conteúdo da documentação
Entre os documentos que foram alvo da quebra de sigilo, estão arquivos enviados pelo Ministério da Saúde no dia 10 de junho, nos quais constam informações sobre solicitações de vacinas e agulhas, assim como as respectivas respostas de empresas.
Já sobre o Itamaraty, a CPI quer apurar melhor a ida da comitiva brasileira a Israel, em março desse ano, com a meta de aprovar o spray nasal produzido no país contra a COVID-19.
Em relação ao colapso de oxigênio ocorrido em Manaus, no Amazonas, em janeiro desse ano, a CPI também autorizou a quebra de sigilo de documentos enviados por empresas fornecedoras de oxigênio.
Empresários e quebra de sigilo telefônico
Assim como a quebra de sigilo nos ministérios e instituição mencionadas acima, também ficou determinada a quebra de sigilo telefônico, telemático, fiscal e bancário dos empresários Carlos Wizard, Francisco Emerson Maximiano, Renato Spallici e Renata Spallici.
Os dois últimos são, respectivamente, presidente e diretora da empresa Aspen, laboratório que produz cloroquina, e que foi apontando como uma das empresas privadas para as quais Bolsonaro pediu insumos diretamente ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, conforme noticiado no dia 10 de junho.
Já Carlos Wizard, seria um dos integrantes do suposto "gabinete paralelo", que teria aconselhado o presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia.
Fernando Maximiano é o presidente da Precisa Medicamentos, que intermediou o contrato de aquisição das vacinas Covaxin entre o Ministério da Saúde e a indiana Bharat Biotech, segundo a CNN Brasil.