O artigo com os resultados da pesquisa foi publicado na The Planetary Science Journal.
Os astrônomos que observaram o cometa por meio do telescópio do Observatório de W.M. Keck no Havaí, EUA, revelaram uma curiosa peculiaridade do objeto cósmico.
Habitualmente, quando os cometas se aproximam do Sol, a substância congelada no núcleo aquece e depois se sublima, passando do estado de gelo sólido para gás evitando a fase líquida. Este processo, designado como desgasificação, provoca a formação da coma – uma gigante nuvem de gás e poeira à volta do núcleo do cometa.
No entanto, o 46P/Wirtanen não aquece apenas devido à radiação solar.
Os pesquisadores perceberam que a temperatura do vapor d'água na coma não se reduz significativamente com o aumento da distância com o núcleo, o que implica um mecanismo de aquecimento misterioso, de acordo com um dos autores da pesquisa, segundo o site Phys.org.
Isso pode ser explicado pelo seguinte: a luz solar pode ionizar alguns átomos ou moléculas nesta nuvem, liberando elétrons de alta velocidade. Quando essas partículas colidem com outras moléculas, elas podem transferir alguma de sua energia cinética ao gás.
Porém, existe também a possibilidade de grandes pedaços de gelo voarem para longe do núcleo e se sublimarem à distância deste.
Os astrônomos também detectaram a presença de outras substâncias voláteis na coma do cometa, incluindo etano, amônio, cianeto de hidrogénio, formaldeído, álcool metílico e acetileno. O cometa 46P/Wirtanen tem a mais alta correlação de metanol com aldeído medida em todos os cometas até hoje.