Além de arriscarem sua própria saúde, as pessoas não vacinadas são um risco para as outras pessoas, muito devido a serem fontes de novas variantes do coronavírus, dizem especialistas citados no domingo (4) pela emissora CNN.
"Pessoas não vacinadas são fábricas de variantes potenciais", disse o dr. William Schaffner, professor da Divisão de Doenças Infecciosas no Centro Médico da Universidade Vanderbilt, EUA.
"Quanto mais pessoas não vacinadas houver, mais oportunidades para o vírus se multiplicar. Quando ele se multiplica, ele se modifica, e pode lançar uma mutação da variante que é ainda mais grave", refere o epidemiologista.
Devido à propriedade dos vírus em ter mutações, com algumas mudanças oferecendo vantagens em se replicar, transmitir ou poder infectar hospedeiros muito diferentes, eles têm maior probabilidade em permanecer e se expandir na população, dificultando sua erradicação, até se poderem tornar disseminados o suficiente para se tornarem uma variante, aponta Andrew Pekosz, microbiologista e imunologista da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, EUA, à CNN.
"Cada vez que o vírus muda, isso dá ao vírus uma plataforma diferente para acrescentar mais mutações. Agora temos vírus que se espalham com mais eficiência."
Exemplos de mutações que se disseminaram e se tornaram variantes incluem as cepas do Reino Unido, Índia, Brasil e duas nos EUA. Uma se baseou na D614G, que evoluiu na Europa no verão de 2020 e se espalhou pelo mundo afora, substituindo na prática a versão vinda da China desde o fim de 2019 e início de 2020.
Agora o mundo enfrenta uma variante mais transmissível da Índia, conhecida como Delta, que já virou dominante em muitos países.
"Quanto mais permitirmos que o vírus se propague, mais oportunidades o vírus terá de mudar", lembrou a Organização Mundial da Saúde (OMS) em junho.
Como indica a CNN, as atuais vacinas protegem bem contra as variantes, mas isso pode mudar a qualquer momento.
"É por isso que médicos e autoridades de saúde pública querem que mais pessoas sejam vacinadas", explicam Maggie Fox e Virginia Langmaid, autoras do artigo.