A Coreia do Norte rejeitou importar vacinas contra a COVID-19 da farmacêutica AstraZeneca por preocupações com efeitos colaterais, informa na sexta-feira (9) a agência britânica Reuters.
Citando um relatório do Instituto de Estratégia de Segurança Nacional (INSS, na sigla em inglês), think tank da Coreia do Sul afiliado à agência de espionagem da Coreia do Sul, Lee Sang-keun, diretor de pesquisa estratégica sobre a península coreana no INSS, disse à Reuters que as autoridades norte-coreanas mostraram preocupação com a vacina da AstraZeneca devido a "relatos de eventos raros, mas graves, de coagulação sanguínea entre algumas pessoas que a receberam".
Pyongyang também rejeitou vacinas da China por não as considerar eficazes o suficiente, mas mostrou algum interesse nos imunizantes da Rússia.
"Está se inclinando para a vacina russa, mas não foram tomadas providências", disse Lee, citando fontes anônimas, acrescentando que o país não está tomando medidas de obtenção de vacinas para uso interno.
Na quarta-feira (7) Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, referiu que Moscou ofereceu vacinas ao país asiático em várias ocasiões.
A Coreia do Norte não tem relatado oficialmente casos da COVID-19, apesar de mencionar "casos suspeitos" da doença, mas impôs medidas de confinamento, fechamento de fronteiras e restrição de viagens internas.
A iniciativa para fornecimento global de vacinas, o consórcio COVAX, propôs o fornecimento do primeiro lote de quase dois milhões de vacinas à Coreia do Norte no final de maio, "mas foi adiado em meio a consultas prolongadas", de acordo com Seul.