Os militares israelenses reconheceram formalmente o uso de enxames de drones assistidos por inteligência artificial (IA) durante a campanha de maio de ataques aéreos e de mísseis contra Gaza.
Segundo disse o comandante Mem à Walla News, um "bando" de drones capazes de comunicar uns com os outros, apontar a alvos e até mesmo direcionar ataques aéreos foram posicionados sobre Gaza e usados para procurar locais de lançamento de foguetes e informar aeronaves da Força Aérea israelense ou forças baseadas no solo em Israel para atacá-los.
"Depois de um ano de preparação e exercícios, a situação surgiu e o sistema de detecção aérea é capaz de encontrar o inimigo e destruí-lo e obter o êxito operacional que buscamos [...] Realizamos mais de 30 surtidas com os enxames de drones, que coletaram informações precisas e ajudaram outros drones a realizar ataques aos alvos", disse ele à Walla.
O comandante também sugeriu que o verdadeiro teste para os drones de IA viria no caso de outro conflito com os militantes do Hezbollah do Líbano, cujas capacidades em termos de número de foguetes, seu alcance e características de manobrabilidade superam, em muito, as do Hamas.
"Não estamos descansando sobre nossos louros. Já estamos olhando para o norte e nos preparando para as operações na próxima guerra", declarou Mem.
O enxame de drones assistido por IA não foi a única tecnologia avançada usada por Israel na última campanha em Gaza. No início deste ano, as FDI revelaram que um robô semiautônomo baseado em terra equipado com sensores, uma metralhadora MAG de 7,62 mm e capacidade de autodestruição, desenvolvido pela Indústria Aeroespacial de Israel (IAI, na sigla em inglês), havia sido implantado na fronteira Israel-Gaza.
Além de Israel, os Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido, Itália e Japão são conhecidos por estarem trabalhando em tecnologia de enxame de drones, meios para abater enxames de drones ou ambos.
No ano passado, Abishur Prakash, futurista geopolítico e autor do livro "A Era dos Robôs Assassinos" disse à Sputnik que o rápido avanço da tecnologia de drones alimentados por IA torna crucial para as nações pelo menos discutir a possibilidade de estabelecer regras de engajamento para que esses novos sistemas de armas evitem o ponto de inflamação que se transforme em uma grande conflagração.