O líder da oposição venezuelana Juan Guaidó denunciou nesta segunda-feira (12) que supostos membros das forças de segurança do país interceptaram seu veículo e ameaçaram prendê-lo.
Esto lo hemos vivido muchas veces: la amenaza, la persecución, la cárcel e incluso hasta el asesinato de compañeros de lucha.
— Juan Guaidó (@jguaido) July 12, 2021
No nos han amedrentado de ninguna manera ni lo van a hacer. Nos mantenemos firmes en lo que estamos buscando: salvar a Venezuela. pic.twitter.com/AzvceDBCZX
Isso já vivenciamos muitas vezes: a ameaça, a perseguição, a prisão e até o assassinato de companheiros de luta. Eles não nos intimidaram de forma alguma e não o farão. Permanecemos firmes no que buscamos: salvar a Venezuela.
"A intimidação nunca nos impediu", afirmou Guaidó a repórteres em declarações feitas no porão de sua residência em Caracas e citado pela agência AP.
"Eles nos perseguiram, apontaram armas para nós no nosso portão [de casa]", acrescentou, afirmando que o carro em que estava foi cercado e que os militares ameaçaram abrir as portas do veículo e só se retiraram do local por causa dos protestos de vizinhos.
"Foi simplesmente um ato de assédio, de agressão. Isso é bastante irregular, eles entraram no lugar onde moro com minha família, com minhas filhas", insistiu.
Ligações com gangue criminosa
O incidente com Guaidó ocorre dias depois de o governo do presidente Nicolás Maduro acusar líder da oposição venezuelana e seus aliados de terem ligações com uma das maiores gangues criminosas da Venezuela, que foi desmantelada na semana passada.
Após 70 horas de confrontos sangrentos entre criminosos e uma força combinada de 2.400 oficiais de várias forças de segurança do país, 22 pessoas descritas pelas autoridades venezuelanas como "criminosos" morreram, além de três policiais e um sargento da Guarda Nacional.
Maduro, entre outros porta-vozes de seu governo, argumenta que as ações recentes de gangues criminosas fariam parte de um complô para desestabilizar o seu governo e que os criminosos teriam ligações com alguns líderes da oposição, inclusive Guaidó, e seriam apoiados pelos governos de Bogotá e Washington. Os adversários de Maduro rejeitaram as acusações.