Tal decisão foi tomada após um incidente na usina nuclear de Natanz, que resultou em sérios problemas na rede de distribuição elétrica da usina.
Deste modo, o presidente do Irã, Hassan Rouhani – prestes a ceder seu cargo para Ebrahim Raisi – reiterou que a nação persa está pronta para elevar a pureza de seu urânio até 90%.
Em uma reunião do gabinete nesta quarta-feira (14), Rouhani argumentou que a "Organização de Energia Atômica do Irã [AEOI, na sigla em inglês] pode enriquecer o urânio a 20% e 60% e, se algum dia nosso reator precisar, poderá produzir urânio [enriquecido em] 90%".
O ainda presidente da República Islâmica chegou a relembrar o momento da saída do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) em maio de 2018. Para Rouhani, ao ter abandonado unilateralmente o JCPOA, Trump tentou liquidar o acordo nuclear de 2015 e fazer com que a economia iraniana entrasse em colapso, mas sem sucesso.
Contudo, tamanho enriquecimento coloca questões, e alimenta preocupações, sobre a natureza do programa nuclear iraniano. O presidente, por sua vez, continua afirmando que Teerã apenas tem intenções civis para seu poder nuclear.
"Hoje já conseguimos enriquecer o urânio até 90%, se mostrarmos determinação. No entanto, dissemos desde o início que nossas atividades nucleares são completamente pacíficas, mantemos nossas palavras e não buscamos obter uma bomba nuclear", afirmou Rouhani.