A China afirmou nesta sexta-feira (23) que impôs sanções a indivíduos dos EUA, incluindo o ex-secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, em resposta às resoluções dos EUA contra autoridades chinesas que operam na Região Administrativa Especial de Hong Kong, reporta a agência Reuters.
As contrassanções são as primeiras impostas pela China sob sua nova lei de sanções antiestrangeiros, aprovada em junho, e ocorre dias antes de a vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman, visitar Pequim.
A China também impôs "contrassanções recíprocas" não especificadas aos chefes atuais ou anteriores de uma série de organizações norte-americanas e não só, incluindo: Comissão Executiva do Congresso sobre a China, Comissão de Revisão Econômica e de Segurança EUA-China, Instituto Democrático Nacional para Assuntos Internacionais, Instituto Republicano Internacional, Human Rights Watch e o Conselho para a Democracia de Hong Kong, com sede em Washington.
'Hipocrisia e duplicidade de padrões'
Na semana passada, os EUA colocaram novas sanções a sete cidadãos chineses: Chen Dong, He Jing, Lu Xinning, Qiu Hong, Tan Tienui, Yang Jianping e Yin Zonghua, todos vice-diretores no Escritório de Contato de Hong Kong. As sanções foram introduzidas sob a chamada Lei de Autonomia de Hong Kong, adotada nos EUA em 2020 com o objetivo de "impor sanções relativamente a pessoas estrangeiras envolvidas na erosão de certas obrigações da China com respeito a Hong Kong".
Um porta-voz do governo de Hong Kong declarou que Washington tentou repetidamente desacreditar a legislação durante o último ano: "A última tentativa da administração dos EUA de emitir uma 'orientação' [...] baseada em informação dramática totalmente ridícula e infundada sobre a situação em Hong Kong só serve para provar mais uma vez sua hipocrisia e duplicidade de padrões, impulsionadas pela hegemonia ideológica", afirmou.
Pequim tem protestado repetidamente contra as sanções dos EUA, qualificando-as de interferência nos assuntos internos da China.