"Não há necessidade de quaisquer forças de combate estrangeiras em solo iraquiano", cita Associated Press suas palavras antes das negociações com o presidente dos EUA Joe Biden na segunda-feira (26).
Sugerindo que um "calendário especial" para a retirada seria necessário para prover a prontidão de forças do Iraque de combater os terroristas remanescentes independentemente, o premiê ressaltou que a criação de tal calendário vai depender dos resultados das negociações de hoje (26), as quais serão as quartas sobre o assunto.
O primeiro-ministro iraquiano especificou que "nenhumas tropas de combate" não significa nenhumas tropas estrangeiras de qualquer tipo, e indicou que Bagdá ainda "quer" o suporte dos EUA às forças do Iraque em áreas como o treinamento de tropas e ajuda no desenvolvimento de "sua eficiência e capacidades e em cooperação de segurança".
Parlamento quer retirada total
O parlamento do Iraque emitiu uma resolução para expulsar todas as forças dos EUA e da coalizão do país em janeiro de 2020, na sequência do assassinato do comandante da Força Quds do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica, o major-general Qassem Soleimani, no aeroporto de Bagdá.
Em meio às demandas dos legisladores e à deterioração da situação de segurança, o Pentágono reduziu gradualmente durante era Trump suas tropas de um máximo de 5.300 soldados e entregou algumas bases ao Iraque em 2020, mas se recusou a sair completamente. Até o fim do mandato de Donald Trump, os Estados Unidos cortaram o número de tropas para 2.500 soldados no Iraque e outros tantos no Afeganistão.
Antes da visita do premiê a Washington, as forças de segurança do Iraque demonstraram sua capacidade de realizar de maneira independente operações contra os remanescentes do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), derrubando um drone dos terroristas no oeste do país e capturando quatro fortalezas jihadistas na região de Kirkuk, com estoques de armas e outros equipamentos.
O Iraque e os Estados Unidos estabeleceram mecanismos formais para a retirada em abril, mas sem determinação de um prazo final.
Muitos legisladores e milícias das Forças de Mobilização Popular do país exigem que os EUA se comprometam firmemente a retirar suas tropas, ameaçando atacar as forças americanas se Washington não o fizer atempadamente.