A Procuradoria da República do Distrito Federal (DF) determinou a abertura de três inquéritos civis para apuração de atos do governo do presidente Jair Bolsonaro na área ambiental. Os inquéritos, abertos por determinação do procurador da República Felipe Braga, devem analisar se as atitudes tomadas pelas autoridades envolvidas podem caracterizar improbidade administrativa.
Estão na mira a divulgação pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) de dados supostamente divergentes relacionados às queimadas no Brasil nos últimos 10 anos, a liberação do uso de mais agrotóxicos entre 2019 e 2020, e a investigação de casos de militarização de cargos de chefia no âmbito do Ibama - que teve mudanças que prejudicaram sua função institucional.
Sobre os agrotóxicos, dados do Ministério da Agricultura, releram que no ano passado o governo liberou 493 novos usos, o maior número dos últimos 20 anos.
A gestão do ex-ministro Ricardo Salles à frente do Meio Ambiente foi marcada pela nomeação de policiais militares para cargos comissionados, diretorias da sede do Ibama e superintendências. Salles deixou o governo pressionado por investigações que envolvem seu nome em esquemas de madeira ilegal na Amazônia, além de acusações de atuar sempre contra a fiscalização e proteção ambiental.
É investigado também nos inquéritos, o fato de a Secom ter publicado informações incorretas sobre as queimadas registradas no país no ano passado. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, afirmou que a mensagem da Secom estava incorreta.