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'É lamentável': Consórcio Nordeste suspende compra da vacina russa Sputnik V por causa da Anvisa

© Foto / Perfil do Facebook da Embaixada da Rússia no BrasilVacina Sputnik V produzida no Brasil, pela União Química
Vacina Sputnik V produzida no Brasil, pela União Química - Sputnik Brasil, 1920, 05.08.2021
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O governador do Piauí, Wellington Dias, afirmou que "é lamentável" que vacinas disponíveis sejam impedidas de entrar no Brasil "devido a uma decisão da Anvisa".

O presidente do Consórcio Nordeste, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), anunciou nesta quinta-feira (5) a suspensão do acordo com o Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo) para compra de 37 milhões de doses da vacina Sputnik V contra a COVID-19.

Nas redes sociais, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), comentou que a suspensão acontece "devido a novas limitações impostas" pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O Consórcio Nordeste diz que essas exigências não teriam sido feitas a outros imunizantes usados no Brasil. 

"É lamentável, o Brasil vive uma situação com alta mortalidade, mais de mil óbitos por dia. Temos vacinas disponíveis, mas impedidas de entrar no Brasil devido a uma decisão da Anvisa, que faz uma alteração no padrão de teste junto com a não inclusão [da Sputnik V] no plano nacional de vacinação, e a falta da licença de importação, tivemos [que avançar com] a suspensão da entrega da vacina até que se tenha uma autorização do uso do imunizante no Brasil", afirmou o governador Wellington Dias, citado pelo portal G1.

De acordo com Dias, o RFPI anunciou que vacinas que seriam destinadas para o Brasil serão enviadas para Argentina, México e Bolívia.

Sputnik V e Anvisa

Em 26 de abril, a Anvisa havia rejeitado o pedido de importação da Sputnik V feito pelos governadores do Nordeste. Na ocasião, a agência alegou falta de informações suficientes para garantir a segurança, a qualidade e a eficácia da vacina.

Em 4 junho, Anvisa decidiu recomendar a importação excepcional e temporária da Sputnik V e da vacina indiana Covaxin. Foram autorizados quantitativos reduzidos de doses para vacinação de 1% da população de cada um dos estados que pediram a liberação.

A vacina Sputnik V contra a COVID-19 foi desenvolvida pelo Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya (Centro Gamaleya) na Rússia, com o apoio do RFPI. O imunizante russo já foi aprovado em cerca de 70 países, ocupando a segunda posição mundial em aprovações de reguladores estatais. A vacina tem eficácia de 97,6%, baseando-se na análise dos dados de 3,8 milhões de russos vacinados, sendo esta porcentagem mais alta do que a eficácia revelada antes na revista científica The Lancet (91,6%), de acordo com o RFPI e o Centro Gamaleya.

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