O representante do movimento Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), Suhail Shaheen, afirmou que os EUA devem retirar suas tropas do Afeganistão até 11 de setembro. Os talibãs não pretendem atacar ninguém, segundo o representante.
"Eles anunciaram que retirariam as tropas até 11 de setembro. Então devem retirar todas as suas forças, e nós nos comprometemos de não os atacar. E não os atacamos", disse Shaheen ao canal de televisão Sky News.
Shaheen afirmou que os outros países "são obrigados" a ajudar a recuperar o Afeganistão, dado que são responsáveis pela destruição do país ao longo de 20 anos. É sua "obrigação moral" recuperar o país e ajudar as pessoas a começar uma vida nova.
Perguntado sobre a situação no aeroporto de Cabul, o representante do Talibã acusou os EUA da queda de pessoas de um avião na segunda-feira (16).
"Estes norte-americanos deviam manter a segurança, evitar que essas pessoas entrassem no aeroporto, não havia nossas forças lá. Não somos responsáveis. Eles são responsáveis, foi seu avião, não nosso", afirmou Shaheen na entrevista.
Segundo o islamista, assim que as forças do Talibã começaram a "controlar a segurança no aeroporto, não houve mais tais acidentes".
Além disso, Shaheen negou que o Talibã receba apoio financeiro do Paquistão, China ou Rússia, dizendo que tem "boas relações" com estes países.
O islamista adicionou que o movimento não "tem aliados como tal", mas procura cooperação com todos os países para a construção do Afeganistão.
No domingo (15), após a fuga do ex-presidente afegão Ashraf Ghani, o Talibã anunciou seu controle total sobre as entidades estatais de Cabul, sobre a guarda do palácio presidencial e sobre a organização de patrulhas noturnas na cidade.
Na noite de segunda-feira (16), o porta-voz do gabinete político do movimento Talibã, Mohammed Naim, afirmou que a guerra no Afeganistão acabou e que a forma de governo do Estado será determinada no futuro próximo.