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Comitê da ONU 'desaprova, nos termos mais eloquentes', uso por Bolsonaro de crianças fardadas

© REUTERS / Ueslei MarcelinoJair Bolsonaro, presidente do Brasil, fala durante cerimônia para marcar os 1.000 dias de governo no Palácio do Planalto em Brasília, Brasil, 27 de setembro de 2021
Jair Bolsonaro, presidente do Brasil, fala durante cerimônia para marcar os 1.000 dias de governo no Palácio do Planalto em Brasília, Brasil, 27 de setembro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 05.10.2021
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Na quinta-feira (30) o presidente do Brasil posou com um garoto de farda militar durante um evento de abertura de um centro de vacinas, levando a críticas do Comitê de Direitos das Crianças da ONU.
O Comitê de Direitos das Crianças da Organização das Nações Unidas (ONU) censurou na terça-feira (5) o uso de crianças fardadas em eventos do presidente do Brasil, escreve o G1.
A organização, que respondeu a uma pergunta feita pelo G1 e outros veículos de imprensa, diz que "desaprova, nos termos mais eloquentes, o uso que o presidente [Jair] Bolsonaro faz de crianças vestidas com roupas militares, segurando o que parece ser uma arma, para promover sua agenda política, o que ocorreu pela última vez em 30 de setembro de 2021".
Na quinta-feira (30), durante um evento para lançar a primeira pedra de um centro de vacinas em Belo Horizonte, uma criança vestida com a farda da Polícia Militar de Minas Gerais e com uma arma de brinquedo nas mãos subiu no palco ao lado de Bolsonaro durante a cerimônia. O presidente acabou tomando a arma de brinquedo das mãos do garoto e fez pose com o objeto. A criança ainda fez flexões no palco.
Segundo o Comitê de Direitos das Crianças da ONU, a participação de crianças em hostilidades, reais ou simuladas, é explicitamente proibida pela Convenção dos Direitos da Criança, à qual o Brasil aderiu, e que tal obriga a garantias de que as crianças não façam parte de hostilidades ou qualquer atividade relacionada a conflitos.
"Isso inclui o uso de crianças em qualquer atividade relacionada a conflitos e na produção e disseminação de imagens de crianças participando em hostilidades, reais ou simuladas", tais práticas devem ser proibidas e criminalizadas, e os que envolvem crianças em hostilidades devem ser investigados, processados e penalizados, comenta o órgão das Nações Unidas.
No domingo (3), 80 entidades de luta pelos Direitos Humanos escreveram uma petição ao Comitê de Direitos das Crianças da ONU e ao Conselho Tutelar de Venda Nova, em Belo Horizonte, denunciando Bolsonaro pelo ato, afirmando que foram violados os artigos 227 da Constituição Federal, o artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e os artigos 3º e 16º da Convenção sobre Direitos das Crianças, além da violação de direitos humanos quando Bolsonaro "se utiliza de crianças para estimular a política de armamento brasileiro".
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