Biden nomeia Jerome Powell para 2º mandato no Federal Reserve
15:27 22.11.2021 (atualizado: 07:54 28.11.2021)
© AP Photo / Al DragoO presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, durante uma audiência, no dia 30 de setembro de 2021, no Capitólio, em Washington
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O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, foi renomeado para mais um mandato de quatro anos no banco central dos Estados Unidos. O anúncio foi feito pelo presidente norte-americano Joe Biden nesta segunda-feira (22).
A economista e democrata Lael Brainard, diretora do Fed, que também estava cotada para o posto mais alto da instituição, foi escolhida por Biden para a vice-presidência do banco. Ela é defensora de políticas para questões climáticas e trabalha na regulação bancária e política monetária da instituição.
America needs steady, independent, and effective leadership at the Federal Reserve. That’s why I will nominate Jerome Powell for a second term as Chair of the Board of Governors of the Federal Reserve System and Dr. Lael Brainard to serve as Vice Chair of the Board of Governors.
— President Biden (@POTUS) November 22, 2021
Os Estados Unidos precisam de uma liderança estável, independente e eficaz no Federal Reserve. É por isso que nomearei Jerome Powell para um segundo mandato como presidente do Conselho de Governadores do Sistema de Reserva Federal e a dra. Lael Brainard para servir como vice-presidente do Conselho.
A renomeação de Powell, um republicano indicado pelo ex-presidente Donald Trump, ocorre após um dos períodos mais tumultuados na economia do país, com recessão e altos índices de inflação em meio ao enfrentamento à pandemia de COVID-19.
A escolha sofreu oposição da ala política mais à esquerda do establishment democrata de Biden, que criticou a presidência do Fed por regulamentações brandas do banco.
© REUTERS / Kevin LamarqueJoe Biden, presidente dos EUA, durante declaração conjunta com Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, sobre tarifas de aço e alumínio, à margem da cúpula dos líderes do G20 em Roma, Itália, 31 de outubro de 2021
Joe Biden, presidente dos EUA, durante declaração conjunta com Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, sobre tarifas de aço e alumínio, à margem da cúpula dos líderes do G20 em Roma, Itália, 31 de outubro de 2021
© REUTERS / Kevin Lamarque
Tanto Powell como Brainard ainda terão que passar por audiências no Senado para confirmar a decisão presidencial.
Biden, no cargo desde 20 de janeiro deste ano, enalteceu o papel desempenhado por Powell e Brainard durante a recuperação dos EUA na pandemia.
"Fundamentalmente, se quisermos prosseguir com o sucesso econômico deste ano, precisamos de estabilidade e independência no Federal Reserve", disse Biden em um comunicado divulgado pela Casa Branca. "E tenho total confiança, após a prova de fogo nos últimos 20 meses, de que o presidente Powell e a dra. Brainard fornecerão a grande liderança de que nosso país precisa."
Atuação do Fed, crescimento econômico e inflação
Sob o comando de Powell, o Fed tem recebido intensas críticas desde que a pandemia atingiu o país em 2020.
No ano passado, a economia norte-americana encolheu 3,5%, devido a paralisações de diversas atividades e outros fatores causados pela pandemia.
Já em 2021, o crescimento tem sido irregular, com expansão anualizada de 3,5% no primeiro trimestre, 3,6% no segundo e 2,0% no terceiro.
Em março, o Fed anunciou que esperava uma expansão econômica de 6,5% para 2021 e não alterou a meta, apesar do crescimento desigual nos últimos três trimestres.
O maior obstáculo do banco é a inflação, que tem elevado os preços dos produtos e corroído salários dos norte-americanos.
O Departamento de Trabalho informou, no início deste mês, que o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, que representa uma cesta de produtos que vão desde a gasolina e cuidados de saúde a mantimentos e aluguéis, subiu 6,2% no acumulado do ano até outubro. Foi o maior crescimento do índice desde novembro de 1990. A aceleração foi impulsionada, principalmente, pelos preços da bomba de combustível.
Funcionários do Fed que compartilham o pensamento de Powell descreveram as atuais pressões sobre os preços na economia como "transitórias" e defendem que a situação deverá melhorar com a normalização da mão de obra e do fornecimento de materiais.