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Revelados resultados de busca de vestígio alienígena em meteorito marciano de 4 bi de anos (FOTO)

© Foto / Pixabay / BlenderTimerMarte (imagem referencial)
Marte (imagem referencial) - Sputnik Brasil, 1920, 14.01.2022
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Até o momento, encontramos mais de cem rochas preciosas de Marte que viajaram do Planeta Vermelho e pousaram na Terra em algum momento. Entre eles, o exemplar ALH84001 pode ser um dos mais enigmáticos.
O fragmento de meteorito ALH84001 foi recolhido durante um passeio de snowmobile (uma moto para andar na neve) no campo de gelo de Alan Hills, na Antártica, em 1984, e acredita-se que tenha se formado em Marte há cerca de 4 bilhões de anos. Imediatamente, foi "reconhecida como a rocha mais incomum coletada" na viagem, de acordo com a Science Alert.
Os cientistas ficaram intrigados com os minúsculos vestígios de carbono orgânico detectados como parte da composição da rocha. Poderia Marte ter tido vida há bilhões de anos? A resposta é que provavelmente não.
Segundo o último estudo do fragmento publicado na Science, as moléculas orgânicas encontradas no meteorito são provavelmente o resultado de interações de fluidos e rochas particulares semelhantes às que acontecem na Terra.
"Analisar a origem dos minerais do meteorito pode servir como uma janela para revelar tanto os processos geoquímicos que ocorreram no início da história da Terra quanto o potencial de habitabilidade de Marte", diz o astrobiólogo do Instituto Carnegie, em Washington DC, Andrew Steele.
"Como uma das mais antigas rochas conhecidas de Marte, ALH84001 serve como uma janela para os primeiros processos planetários que também podem ter ocorrido na Terra primitiva", observa a equipe em seu artigo.
© Foto / NASA/JSC/Stanford UniversityCompostos de carbono de Marte encontrados dentro de meteorito (9 cm), ALH84001
Compostos de carbono de Marte encontrados dentro de meteorito (9 cm), ALH84001 - Sputnik Brasil, 1920, 14.01.2022
Compostos de carbono de Marte encontrados dentro de meteorito (9 cm), ALH84001
"As hipóteses sobre a proveniência e os mecanismos de formação desses [vestígios] orgânicos incluem a produção abiótica por processos relacionados ao impacto, ígneos e/ou hidrotermais; produção biológica por supostos organismos marcianos antigos; e contaminação terrestre." Para estudar os minúsculos glóbulos de carbono encontrados dentro do ALH84001, a equipe teve acesso a uma seção fina e um escolho do meteorito, obtido do Centro Espacial Johnson da NASA.
Ao submeterem os fragmentos a uma variedade de técnicas, incluindo imagens em nível de nanoescala, a uma análise dos isótopos e espectroscopia (usando luz para estudar a composição química da matéria), seus resultados mostraram que as características da rocha indicam que ela poderia ter se formado facilmente na presença de processos não biológicos ou abióticos.
A primeira hipótese é a serpentinização, que acontece quando rochas ígneas (solidificadas de lava ou magma), ricas em ferro ou magnésio, interagem com a água circulante, produzindo hidrogênio.
O segundo processo é a carbonatação, onde as rochas reagem com água levemente ácida que tem dióxido de carbono dissolvido nela, resultando em materiais carbonáticos.
Os cientistas não conseguem determinar se ambos os processos aconteceram simultaneamente, mas o estudo sugere que eles não estiveram acontecendo por um longo período de tempo.
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"Esses tipos de reações geológicas não biológicas são responsáveis por um conjunto de compostos orgânicos de carbono a partir dos quais a vida poderia ter evoluído e representam um sinal de fundo que deve ser levado em consideração ao procurar evidências de vida passada em Marte", diz Steele.
No passado, vários outros processos abióticos foram sugeridos para a presença de material orgânico no meteorito, além das hipóteses de que são vestígios de vida alienígena ou contaminação da Terra.
Serpentinização e carbonatação são raramente encontrados em meteoritos marcianos, especialmente os antigos, embora esses processos tenham sido detectados através de levantamentos orbitais do Planeta Vermelho.
"Na Terra, essas reações são responsáveis pela síntese orgânica abiótica, produção de metano e diversidade mineralógica. Em Marte, essas reações são relevantes para a habitabilidade e foram invocadas para explicar a presença de metano na atmosfera", conclui a equipe em seu artigo.
Uma das razões pelas quais essas novas descobertas serão úteis no futuro é informar pesquisas sobre a história antiga de nosso próprio planeta e como as moléculas orgânicas apareceram pela primeira vez.
"Se essas reações aconteceram em Marte antigo, elas devem ter acontecido na Terra antiga, e poderiam explicar os resultados da lua de Saturno Enceladus também", diz Steele.
"A busca por vida em Marte não é apenas uma tentativa de responder à pergunta 'estamos sozinhos?' Também se relaciona com os ambientes da Terra primitiva e aborda a questão de 'de onde viemos?'"
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