'Miniespaçonave': cientistas desenvolvem laser para enviar microrganismos ao espaço interestelar
© Foto / NASA / ESA / J. LeeCaldwell 45 (ou NGC 5248) é uma galáxia espiral localizada na constelação de Bootes, sendo notável pela estrutura anelar em torno de seu núcleo. Estes anéis nucleares caracterizam-se por "pontos quentes" de formação de estrelas, onde as estrelas se formam mais frequentemente do que o normal
© Foto / NASA / ESA / J. Lee
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O projeto Starlight (Luz Estelar, em português) está sendo desenvolvido em parceria entre cientistas da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, nos Estados Unidos, e a NASA.
De acordo com o estudo publicado na revista científica Acta Astronautica, os cientistas do projeto estão próximos de conseguirem enviar sementes e microrganismos rumo ao espaço e para fora do Sistema Solar, utilizando um sistema de laser propulsionado por fótons que lançaria as pequenas espaçonaves.
A pequena sonda, que teria o tamanho ou seria menor que uma mão humana, poderia viajar a cerca de 20% a 30% da velocidade da luz, usando a própria luz como "combustível". O laser responsável por lançar a espaçonave poderia tanto estar instalado na Terra quanto na Lua.
"Essas espaçonaves em miniatura são capazes de exploração robótica, mas também podem transportar sementes e organismos, marcando uma mudança profunda em nossa capacidade de caracterizar e expandir o alcance da vida conhecida", explicaram os pesquisadores no estudo.
Os cientistas acreditam que a "mininave" terá a capacidade de alcançar velocidades superiores a 160 milhões de quilômetros por hora e levar cerca de 20 anos para se aproximar da primeira estrela depois do Sistema Solar, a Proxima Centauri.
Proxima Centauri está a 4,22 anos-luz de distância da Terra e já foi confirmada a existência de um exoplaneta em sua órbita. Estudos publicados em 2020 também sugerem que um segundo planeta esteja orbitando a estrela, que inclusive estaria em região possivelmente habitável.
Dentro da espaçonave os cientistas planejam enviar sementes e o microrganismo Caenorhabditis elegans, um verme de apenas um milímetro de comprimento comumente estudado aqui na Terra e que também já fez viagens espaciais mais modestas, como uma ida para a Estação Espacial Internacional.
Os astrônomos vão realizar testes e monitoramentos durante a viagem da sonda para preparar missões maiores no futuro. Os pesquisadores explicam que ainda estamos muito distantes do envio de um ser humano para fora do Sistema Solar, mas que esses experimentos poderiam ser aplicados em uma eventual missão tripulada a Marte.
"A tecnologia principal também pode ser usada em um modo diferente para impulsionar naves espaciais muito maiores dentro do nosso Sistema Solar em velocidades mais lentas, potencialmente permitindo missões humanas a Marte em menos de um mês, incluindo paradas. Esta é outra maneira de espalhar a vida, mas em nosso Sistema Solar", explicaram os cientistas em artigo divulgado pela Universidade da Califórnia.