Cientistas revelam que a vida surgiu na Terra muito antes do que se pensava (FOTOS)
© Foto / D. PapineauFilamentos pectinados e alinhados paralelamente, compostos de hematita vermelha, alguns com torções, tubos e diferentes tipos de esferoides de hematita. Estes são os microfósseis mais antigos da Terra, que viviam no fundo do mar próximo às fontes hidrotermais, e metabolizavam ferro, enxofre e dióxido de carbono. Rochas Verdes Nuvvuagittuq (NSB, na sigla em inglês), Québec, Canadá
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Uma equipe de cientistas encontrou vida microbiana datando de bilhões de anos em uma rocha no Canadá e detalhou a forma como as bactérias teriam se alimentado.
Várias formas de vida existiam na Terra há pelo menos 3,75 bilhões de anos, escreveram na quarta-feira (13) em comunicado cientistas de University College de Londres (UCL, na sigla em inglês).
A equipe de pesquisadores descobriu vários tipos de vida microbiana dentro de uma peça de rocha, o Cinturão de Rochas Verdes Nuvvuagittuq (NSB, na sigla em inglês), de 3,75-4,28 bilhões de anos em Quebec, Canadá, ou seja, 300 milhões de anos mais cedo do que se acreditava. Os fósseis mais antigos encontrados até agora foram descobertos no oeste da Austrália e foram datados de há 3,46 bilhões de anos, apesar de parte da comunidade científica contestar sua denominação como fósseis.
Em particular, foi encontrada uma estrutura maior e mais complexa que as previamente identificadas.
© Foto / D. PapineauConcreção em camadas, vermelho viva e brilhante de cerne hematiético (rocha rica em ferro e sílica), que contém microfósseis tubulares e filamentosos. Este chamado jaspe está em contato com uma rocha vulcânica verde escura no canto superior direito, e representa precipitações hidrotermais no fundo do mar. Rochas Verdes Nuvvuagittuq (NSB, na sigla em inglês), Québec, Canadá. Moeda canadense para escala
Concreção em camadas, vermelho viva e brilhante de cerne hematiético (rocha rica em ferro e sílica), que contém microfósseis tubulares e filamentosos. Este chamado jaspe está em contato com uma rocha vulcânica verde escura no canto superior direito, e representa precipitações hidrotermais no fundo do mar. Rochas Verdes Nuvvuagittuq (NSB, na sigla em inglês), Québec, Canadá. Moeda canadense para escala
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Trata-se de uma "haste com ramos paralelos em um lado que tem quase um centímetro de comprimento, além de centenas de esferas distorcidas, ou elipsoides, ao lado dos tubos e filamentos". A haste deve ter uma origem biológica, e não química, pois até agora não foi encontrada nenhuma estrutura criada através de reações químicas, dizem os cientistas.
Também foi descrita a forma como as bactérias se alimentavam, com os pesquisadores encontrando subprodutos químicos mineralizados na rocha que eram consistentes com micróbios antigos vivendo de ferro, sulfura e possivelmente dióxido de carbono através de uma fotossíntese que não envolve oxigênio.
"Isso significa que a vida pode ter começado apenas 300 milhões de anos após a Terra se formar. Em termos geológicos, isso é rápido – cerca de um giro do Sol em torno da galáxia", concluiu Dominic Papineau, geoquímico de UCL e autor principal do estudo publicado na revista Science Advances.
Além disso, foi sugerida a possibilidade de vida primitiva semelhante existir fora da Terra.
"Nós concluímos assim que tais sistemas microbiais podem existir em outras superfícies planetárias, onde água líquida interagiu com rochas vulcânicas, e que estes microfósseis e dubiofósseis mais antigos aqui relatados do NSB sugerem que a vida extraterrestre pode estar mais difundida do que se pensava anteriormente", resumem os autores da pesquisa.