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Bruxelas já não tem mais opções para sancionar Rússia, afirma diplomata da União Europeia

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Bandeiras de Rússia, União Europeia e França - Sputnik Brasil, 1920, 17.05.2022
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A União Europeia já aplicou mais de 950 sanções contra a Rússia pelo reconhecimento das repúblicas populares do Donbass e sua consequente operação militar especial na Ucrânia, iniciada em fevereiro.
Depois que a Hungria suspendeu o 6º pacote de restrições que propunha um embargo contra o fornecimento de petróleo russo, o que teria um enorme impacto econômico no país, a União Europeia (UE) está ficando sem opções para sancionar a Rússia, disse um diplomata da união.

"O 7º pacote de sanções contra Moscou será extremamente difícil [...] Estamos muito perto de atingir nosso limite. O que o 7º pacote incluirá"?, perguntou o diplomata, que esteve presente na reunião de segunda-feira (16) dos ministros das Relações Exteriores da UE discutindo as restrições propostas, falando à Euractiv.

"Se houve tanta confusão com o petróleo da Rússia, imagine o que aconteceria com uma proposta de proibição do gás", acrescentou o funcionário.
O diplomata enfatizou que a Hungria não se afastou de sua posição sobre o embargo de petróleo proposto contra a Rússia – referindo-se ao alerta do primeiro-ministro, Viktor Orbán, de que tal proibição teria um efeito na economia húngara equivalente a uma "bomba atômica".
"A Hungria está fazendo de tudo para obter garantias [...] essencialmente para obter o dinheiro do Fundo de Recuperação e ainda mais", disse o responsável. O diplomata, no entanto, expressou confiança de que a questão vai ser resolvida antes de ser levada a uma cúpula devido à "enorme pressão" que seria colocada sobre Orbán.
Peter Szijjarto, ministro das Relações Exteriores da Hungria, durante encontro informal de responsáveis pelas Relações Exteriores da OTAN em Berlim, Alemanha, 15 de maio de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 17.05.2022
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Além disso, o funcionário alertou que outros países que devem sofrer economicamente no caso de uma proibição do petróleo – como a Bulgária – podem enfrentar pressões populares depois que seus cidadãos começarem a questionar por que seus países não receberam a assistência proposta no estilo húngaro.
Em entrevista ao El País na semana passada, o ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto, disse que a proibição do petróleo russo exigiria que Budapeste investisse até € 550 milhões (cerca de R$ 287 milhões) na capacidade de refinar petróleo não russo e mais € 200 milhões (pouco mais de R$ 1 bilhão) no oleoduto do mar Adriático. Esses projetos levariam anos para serem implementados e o preço do gás na Hungria aumentaria 55%.
Bruxelas tentou resolver a questão propondo que a Hungria fosse compensada por pelo menos algumas de suas perdas esperadas.
Áustria, República Tcheca, Eslováquia, Bulgária e outros membros da UE expressaram suas próprias preocupações sobre a rápida eliminação da energia russa, dizendo que não têm alternativas fáceis para substituir o suprimento. No início deste mês, o Departamento de Estado dos EUA expressou confiança de que a UE avançaria com a proibição do petróleo russo nas próximas semanas, abrindo caminho para bilhões de dólares em petróleo bruto e gás natural dos EUA.
A Europa impôs quase 1.200 sanções à Rússia desde 2014, com mais de 950 delas introduzidas desde fevereiro por conta de sua operação militar especial na Ucrânia. As restrições contribuíram para o aumento da inflação e dos custos de energia experimentados pela região e grande parte do resto do mundo nos últimos meses.
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