George Soros revela plano para salvar a democracia dos EUA
© FABRICE COFFRINIO investidor e filantropo americano nascido na Hungria, George Soros, discursa na assembleia à margem da reunião anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, 24 de maio de 2022
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O bilionário quer uma vitória democrata para derrotar a liderança política de Donald Trump e a Suprema Corte "extremista de extrema direita" que governa o pais.
A Suprema Corte dos EUA e o Partido Republicano de Donald Trump representam uma maior ameaça para os EUA do que a Rússia e a China e devem ser derrotados por qualquer meio necessário, disse o megadoador democrata George Soros em um editorial publicado no dia 4 de julho - data em que os EUA comemoram o Dia da Independência norte-americana.
Soros, de 91 anos, já havia pedido uma mudança de regime na China e uma vitória rápida sobre a Rússia. Em seu último artigo de opinião no Project Syndicate, ele chamou os países de "regimes repressivos" que "querem impor uma forma autocrática de governo ao mundo". No entanto, ele argumentou que uma ameaça muito maior para os EUA vem dos "inimigos domésticos da democracia", que incluem "a atual Suprema Corte, dominada por extremistas de extrema direita, e o Partido Republicano de Donald Trump", que os colocou lá.
Dando eco a fala do presidente Joe Biden, Soros denunciou o tribunal pela decisão Dobbs do mês passado, que derrubou o precedente do caso Roe vs. Wade, de 1973, sobre o aborto. Ele disse que a lógica da decisão coloca em risco outros direitos reconhecidos pela Décima Quarta Emenda, "entre eles o direito à contracepção, casamento entre pessoas do mesmo sexo e direitos LGBTQ", mas possivelmente até o casamento interracial.
"Também está claro que este Tribunal pretende montar um ataque frontal ao poder executivo", argumentou Soros, apontando para decisões sobre a autoridade da Agência de Proteção Ambiental, posse de armas e redistritamento. O denominador comum nos vereditos recentes do tribunal é "apoiar as causas promovidas pelo Partido Republicano de Trump e enfraquecer ou banir as causas defendidas pelo Partido Democrata", insistiu.
A decisão de Dobbs é "parte de um plano cuidadosamente elaborado para transformar os EUA em um regime repressivo", escreveu Soros, e a única maneira de detê-los é "tirar o Partido Republicano do cargo em uma vitória esmagadora", argumentou Soros. Os democratas atualmente controlam a Casa Branca e as duas câmaras do Congresso.
Os republicanos "atacam nosso sistema de democracia de todos os ângulos", escreveu Soros ao acusar o partido de ter "empilhado" tanto a Suprema Corte quanto muitos tribunais inferiores com "juízes extremistas" e aprovar leis que "tornam a votação muito difícil" e "facilitam a subversão do sistema eleitoral" em nível estadual.
A "sobrevivência da democracia nos EUA está gravemente ameaçada", concluiu Soros, acrescentando que "devemos fazer tudo o que pudermos para evitar isso", incluindo entrar em contato com alguns republicanos que votaram em Trump, mas rejeitam sua "grande mentira" sobre haver irregularidades nas eleições de 2020. Ele argumentou ainda se tratar de "restabelecer um sistema político bipartidário funcional que está no centro da democracia americana".
O bilionário húngaro investiu milhões para ajudar as causas democratas, desde as próximas eleições nacionais de meio de mandato até disputas de promotores em jurisdições importantes.