López Obrador sobre consulta energética dos EUA: 'Vamos nos defender'
13:20 21.07.2022 (atualizado: 13:25 21.07.2022)
© AP Photo / Moises CastilloO presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador ouve a pergunta de um jornalista durante sua coletiva de imprensa diária no Palácio Nacional da Cidade do México, 8 de julho de 2022
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O presidente mexicano destacou ter "indícios" de que empresas que se dedicavam a "saquear" o México trabalharam nos EUA para exercer pressão no setor energético.
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, afirmou que seu país sabe como responder à consulta sobre questões energéticas solicitada pelos EUA em relação ao acordo comercial T-MEC, assinado pelos dois países e pelo Canadá.
"Temos elementos para responder. E se for uma sanção política, também vamos nos defender", disse o presidente mexicano na coletiva de imprensa matinal desta quinta-feira (21).
"Tenho indícios de que isso tem a ver com interesses escusos, que se sentem afetados porque estavam saqueando o México e desde que foram impedidos, até aqui, começaram a trabalhar nos Estados Unidos e conseguem isso. Mas se não há razão, não vamos ficar de braços cruzados", acrescentou.
López Obrador apontou para o caso da Iberdrola, uma das empresas transnacionais mais afetadas pela política energética promovida pelo atual governo mexicano, salientando que "a companhia elétrica espanhola, que tem financiamento de fundos dos EUA e eram os que se sentiam donos do México", argumentou.
O presidente mexicano explicou que realizou reuniões com 19 empresas estrangeiras do setor de energia, fechando acordos com 17 delas.
"Por isso sinto que é uma questão política. Estive em Washington e o assunto não foi discutido. Nos reunimos com empresários e o assunto não foi discutido. Ao contrário, empresários americanos prometeram investir 40 bilhões de dólares no setor de energia. E de repente isso", disse ele.
Consultas sobre política energética
Na última quarta-feira (20), a representante legal da Casa Branca para o T-MEC, Katherine Tai, anunciou o pedido de consulta emitido pelos EUA para analisar se a política energética do México viola o acordo comercial dos EUA ao beneficiar as empresas estatais Petróleos Mexicanos (Pemex) e a Comissão Federal de Eletricidade (CFE).
"Expressamos repetidamente sérias preocupações sobre uma série de mudanças nas políticas energéticas do México e sua consistência com os compromissos do México dentro do T-MEC", disse Tai.
Após o anúncio dos EUA, o Canadá informou que também vai participar do processo de consulta sobre a política energética do México.
"Estamos nos juntando aos EUA na tomada de medidas, lançando nossas próprias consultas sob o USMCA [ou T-MEC] para abordar essas preocupações, enquanto apoiamos os EUA em seu desafio", disse Alice Hansen, a porta-voz da ministra de Comércio Internacional do Canadá, em comunicado enviado à Reuters.
No mesmo dia em que foi anunciado o pedido de consulta dos EUA ao México, o presidente dos EUA, Joe Biden, visitou uma fábrica da Iberdrola na Nova Inglaterra, onde a empresa espanhola planeja construir parques eólicos offshore.